13/09/2014 13h55 – Atualizado em 13/09/2014 13h55
Delações sem provas que parte da mídia trata como ferramenta para cutucar candidato
Avlis Amil
O processo eleitoral deste ano no país não se poderia afirmar que está acontecendo no Brasil se não tivesse a famigerada questão das denúncias sem comprovação, divulgação de fatos que não estão confirmados, enfim, a famosa “deixa” para que, através das mídias, os detratores possam ter chance de tentar atingir os concorrentes.
A situação por que passa o senador Delcídio do Amaral, que está deixando para trás todos os demais candidatos ao governo do Estado nas pesquisas, e com a confirmação das ruas, não é diferente. Desde o início do propalado escândalo da Petrobras, do caso Pasadina, o nome do candidato petista vem tomando os espaços jornalísticos de alguns conhecidos meios de comunicação, com adendo de certos bloguistas pela internet.
Agora, com a publicação da Isto É de que a Polícia Federal está com relação de mais nomes delatados pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, o assanhamento dos espalhadores de calúnia é algo estupendo.
Se, realmente, Delcídio do Amaral recebeu dinheiro de empreiteiras para sua campanha, tal ato foi aposto em sua declaração à Justiça Eleitoral. Como manda a legislação. E o recebimento de doações é legal, segundo a justiça. E daí, se Delcídio recebeu doação deste ou daquele simpatizantes, desta ou daquela empresa?
Roberto Costa, em depoimento à Polícia Federal, teria delatado nomes de políticos e empresas que superfaturaram em 3% o valor dos contratos da Petrobras exatamente no período em que o ex-diretor comandava o setor de distribuição, entre 2004 e 2012.
E agora, para se livrar de passar pelo menos 50 anos na prisão, Paulo Roberto Costa terá provar o que “entregou”. Os envolvidos rechaçam as acusações do delator com o argumento de que não foram apresentadas provas.
É a velha história da metralhadora giratória acionada para tentar atingir o máximo de inimigos possível; aproveitar o momento para atacar os adversários, usando de fatos sem comprovação.
Estamos no Brasil; aliás, neste Mato Grosso do Sul que nasceu na ditadura e ainda ressente seus efeitos no que se refere às velhas políticas.
(*) Avlis Amil é jornalista