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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Três Lagoas: Poluição da Lagoa Maior preocupa MP do Meio Ambiente

09/12/2013 15h54 – Atualizado em 09/12/2013 15h54

A Três Lagoas necessitam de providencias urgentes contra poluição

Alerta do Ministério Público Estadual do Meio Ambiente, que em setembro deste ano ajuizou ação civil pública justamente para cobrar da Prefeitura e da Sanesul providências urgentes para “salvar” o complexo formado pela Lagoa Maior, Segunda e Terceira lagoa, na área central da cidade

Nelson Roberto

Urbanização desordenada do entorno, poluição crescente de suas águas, e falta de medidas protetivas ambientais adequadas ao longo deste inicio de século, a Lagoa Maior, um dos mais tradicionais cartões postais de Três Lagoas, corre o risco de se transformar em um depósito de lixo e esgoto num prazo aproximado de 10 anos, caso nada seja feito para diminuir o impacto ambiental no local.

AÇÃO CIVIL PÚBLICA

O alerta é do Ministério Público Estadual, que em setembro deste ano ajuizou ação civil pública justamente para cobrar da Prefeitura Municipal e da Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul) providências urgentes para “salvar” o complexo formado pela Lagoa Maior, Segunda e Terceira, na área central da cidade.

Dentre as 15 solicitações feitas na ação, a 1ª promotoria de Justiça de Três Lagoas pede liminar para que o município promova emergencialmente a delimitação da área destinada à preservação permanente da Segunda Lagoa, já que ela é responsável por abastecer a Lagoa Maior e atua para equilibrar o sistema de águas formado pelas três lagoas da região. Das três, apenas a Terceira Lagoa ainda não está invadida por imóveis até sua área de preservação permanente. Pelo novo Código Florestal o limite a ser respeitado varia de 15 a 30 metros.

NASCENTES NA SEGUNDA LAGOA

Outras exigências que contam da ação são a construção de bacias de retenção de águas da chuva próximo à Segunda Lagoa, levantamento das propriedades que invadiram a área destinada a preservação permanente e de construções feitas ao arrepio da lei. “A Segunda Lagoa é uma área úmida muito grande e com várias nascentes, mas quando se constrói no local joga terra por cima e isso vai criando uma situação perigosa para a lagoa”, explica o promotor de justiça Antônio Carlos Garcia de Oliveira.

ESTUDOS DA UFMS E IMASUL

Ainda segundo MPE, estudos feitos pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), que também serviram para embasar a ação civil pública, já constataram alteração na cor da água – principalmente próximo dos encanamentos que ligam a Segunda à Lagoa Maior – e a qualidade da água, de alguma forma, já está comprometida.

Hoje totalmente urbanizada, com pistas de caminhada, imóveis e prédios em volta, a Lagoa Maior tem a vantagem de dispor de uma rede de esgoto e bacias de contenção de águas pluviais em seu entorno. Já a Segunda Lagoa recebe águas pluviais de vários bairros e o município está construindo novas entradas para escoamento dessas águas pluviais, intervenção que é vista como um fator de risco a mais. A razão é que ao aumentar o volume de água escoado, consequentemente também cresce o carreamento de lixo para dentro da Lagoa Maior, assim como os lançamentos clandestinos de esgoto.

“Há risco de que dentro de 10 anos, ela (Lagoa Maior) se torne uma lagoa impossível de se passar em volta, porque o lançamento do esgoto, a sujeira trazida pelas águas pluviais, a ocupação urbana ao redor, tudo isso são elementos que vão interferir (no equilíbrio da lagoa). É uma situação muito grave”, alertou.

ASSOREAMENTO PREOCUPA

Outra situação que preocupa o Ministério Público e ambientalistas da região, o assoreamento da Lagoa Maior, deve receber intervenção também no primeiro semestre do ano que vem, segundo o secretário. “Entendemos que a Lagoa Maior já está consolidada, não tem preservação a não ser para contemplação e controle de possíveis lançamentos de esgoto. O assoreamento acontece em razão das águas que levam resíduos para o leito da lagoa, especialmente na tubulação que faz a ligação entre ela e a Lagoa do Meio. Essa parte (de combate ao assoreamento) será em parceria com uma empresa que construiu loteamento no município. Vai ser feita a dragagem da parte que está mais assoreada”, anunciou.

Já o problema de esgoto nas águas das lagoas é considerado de maior complexidade, mesmo assim, ações pontuais já estão sendo feitas. Recentemente decisão do Conselho Municipal de Meio Ambiente, que proibiu oficialmente pesca e banho na Lagoa Maior. “Vamos colocar placas em volta para a população saber (da proibição) e também pedimos a fiscalização da Policia Militar Ambiental”, anunciou. (com informações do Correio do Estado)

As três lagoas sofrem o risco de poluição (Foto: Ricardo Ojeda)

Segunda Lagoa - fornece água para a Lagoa Maior e também corre o risco de poluir (Foto: Ricardo Ojeda)

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