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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Taxa de câmbio é divisor de águas na Portucel para investir no Brasil

03/02/2011 14h53 – Atualizado em 03/02/2011 14h53

Se a Portucel confirma investimento no hemisfério sul, o Brasil sai na frente já que o Uruguai – que também concorre por uma fábrica – não tem porto para escoar a produção, ao contrário do Brasil

Ollair Nogueira

A Portucel considera a taxa de câmbio Euro/Dólar desfavorável para investir em nova fábrica na Ásia. E já opta em investir plenamente no hemisfério Sul, provavelmente no Brasil. A informação é do jornal português Setúbal Na Rede.

Segundo o jornal a gigante portuguesa na produção de papel e celulose encara o ano de 2011 de forma “prudente”. O fraco crescimento econômico na Europa e países periféricos da zona euro, importantes mercados para a Portucel, podem “influenciar negativamente o consumo”, antevê o grupo. O desemprego elevado na Europa e Estados Unidos penaliza o consumo de papel de escritório, segmento que representa metade do volume de vendas do grupo.

A entrada em funcionamento de novas fábricas de papel na Ásia é outra dor de cabeça para a empresa, sobretudo se “a taxa de câmbio Euro/Dólar registrar uma evolução desfavorável aos produtores europeus”. Por decidir está ainda a “possibilidade de expansão internacional no hemisfério sul”.

LUCRO

O aumento da produção de papel na nova fábrica da Portucel em Setúbal contribuiu decisivamente para o “forte crescimento” do grupo em 2010, anunciou a empresa em comunicado. De acordo com a análise de resultados apresentada, a Portucel obteve lucros na ordem dos 210,6 milhões de euros em 2010, cerca do dobro do obtido em 2009. Recorde-se que a nova fábrica de papel de Setúbal foi inaugurada em Novembro de 2009. Nessa altura, o grupo Portucel anunciou deter “a maior e mais sofisticada máquina do mundo”, um investimento de 550 milhões de euros acrescido da promessa de “350 postos de trabalhos altamente qualificados”.

No comunicado da Portucel referente aos resultados de 2010 pode ler-se que “o volume de negócios cresceu 25,6 por cento, para cerca de 1,4 mil milhões de euros”. A maior fatia deste valor corresponde às vendas de papéis finos não revestidos (UWF), que atingiram perto de 1,1 mil milhões de euros. A quota da Portucel no mercado europeu de papel UWF atinge os 15 por cento. A nível global, a empresa registrou um aumento das exportações em 25 por cento, para cerca de 1,2 mil milhões de euros. De acordo com a mesma fonte, este valor “representa 3% das exportações de bens nacionais”.

Do lado dos custos, a Portucel destaca o aumento do volume de madeira certificada e um incremento nos custos com pessoal, o qual “resulta essencialmente das admissões feitas para a nova fábrica de papel”. Apesar disso, a empresa conseguiu um EBITDA de 400,2 mil milhões de euros, superior em 80,1 por cento ao registrado em 2009. O EBITDA é o resultado antes da dedução de juros, impostos, depreciação e amortizações.

Se a Portucel confirma investimento no hemisfério sul, o Brasil sai na frente já que o Uruguai – que também concorre por uma fábrica – não tem porto para escoar a produção, ao contrário do Brasil. Se confirmado investimento no Brasil, o Mato Grosso do Sul será o local do investimento da empresa. A fabrica seria instalada entre os municípios de Bataguassu e Santa Rita do Pardo, na costa leste de MS.

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