18.7 C
Três Lagoas
sexta-feira, 19 de abril de 2024

MPF pode apurar se houve excesso, diz comandante da Operação Falcon II

17/08/2015 20h05 – Atualizado em 17/08/2015 20h05

Enquanto a PRF diz que policiamento excessivo durante o Motoshow foi necessário para manter a normalidade, organizadores do evento já contabilizam prejuízos em festa beneficente

Ricardo Ojeda

Um aparato policial que mobilizou força tarefa composta de várias instituições de segurança praticamente fechou o trânsito da avenida Ranulpho Marques Leal (BR 262), que corta a cidade de Três Lagoas. Denominada Operação Falcon II, 110 policiais da PRF e mais de 40 viaturas foram empregadas durante a operação, que contou com a participação da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Federal e Ministério Público Estadual.

A ação, que começou na quinta-feira e encerrou no domingo à tarde, esvaziou os pontos de concentração dos visitantes, impactando o comparecimento ao Arena Mix, onde acontecia o evento.

Teve casos registrado pelo Perfil News de uma mesmo pessoa ser parada quatro vezes durante o percurso que fazia na Ranulpho Marques Leal. E quando esse cidadão reiterava que já tinha passado pela fiscalização, recebia como resposta do policial, “e, eu te perguntei alguma coisa”, evidenciando aí o abuso de autoridade.

Para dirimir algumas questões o Perfil News participou de uma coletiva, inquerindo o Inspetor Baggio, que comandou a operação. A coletiva teve a participação de apenas dois órgãos de imprensa. Só no final da coletiva chegou uma equipe de uma emissora de TV local.

A seguir a entrevista:

Ricardo Ojeda

Pergunta:Em abril de 2014 a PRF realizou em Mundo Novo a Operação Prometeu. Envolvendo policiais de 15 Estados e um efetivo de 160 pessoas. Aqui em Três Lagoas foram empregos 110 policiais e 42 viaturas. A operação foi tipo “tomada de morro”. Justificava todo esse aparato para uma festa de motociclistas?

Inspetor Baggio

Resposta:Não é o aparato, na verdade é uma instituição trabalhando para a segurança da sociedade. O que existe, é puder mensurar o valor de uma vida, que demonstrado que foi salva, a gente vai pode dizer se o investimento se justifica ou não, ou seja, a partir do momento que a gente consegue estipular o valor de uma vida salva ou de uma pessoa deixa de ser ferida, podemos dizer se o investimento em dinheiro que a Polícia Rodoviária fez aqui pode se justificar. Então fica difícil fazer essa comparação, se foi justificável ou não. Tendo em vista, comparações com outras ações da PRF.

O que nós temos na verdade, é que era uma situação que estava se encaminhando para o descontrole e a sociedade já vinha reclamando sobre isso e recebíamos cobranças sistemáticas, na nossa pequena unidade, com pouca estrutura e estava se encaminhando para um lado para perder o controle. Então foi necessária uma ação, um pouquinho mais firme para que pudéssemos manter a normalidade da situação da cidade”, disse Baggio.

Ricardo Ojeda

Pergunta: Um médico num intervalo de seis a oito quarteirões ele foi parado quatro vezes. Na terceira vez que ele foi parado, e este informou ao agente que havia sido parado anteriormente. O PRF respondeu: “eu te perguntei alguma coisa”? Inspetor, esse procedimento não configura excesso, abuso de autoridade?

Inspetor Baggio

Resposta:Na verdade não existe um controle, uma vez que existem vários pontos de blitz, ela está isenta de ser fiscalizada. É porque neste trajeto que a pessoa pode cometer outra infração de trânsito ou pode consumir bebida alcoólica e vai ser parada. Então, o que nós temos é uma fiscalização que visa trabalhar o problema como um todo, ou seja, não tem como a gente cadastrar um condutor dizendo que ele foi fiscalizado.

Ricardo Ojeda

Pergunta: Mas e se houve excesso do agente?

Inspetor Baggio

Resposta:Se ele acha que houve excesso, para isso tem a Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público Federal que realiza atividade de controle externo da PRF e não haveria problema nenhum ele encaminhar uma reclamação ao MPF e estabelecer uma instância diferenciada no superior. Se realmente ele teve um excesso. Agente não vê nenhum problema em averiguar esse tipo de situação”.

Coletiva aconteceu no sala de reunião da Delegacia de Polícia Federal de Três Lagoas, na manhã desta segunda-feira e contou com a presença outras autoridades de segurança (Foto: Tamires Tatye)

MPF pode apurar se houve excesso, diz comandante da Operação Falcon II

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.