14/12/2015 17h08 – Atualizado em 14/12/2015 17h08

Após deixar Capital ‘’para trás’’, Três Lagoas abrirá licitação para implantar Porto Seco

Complexo reduzirá gastos de importação e exportação e, também, vai movimentar economia do município e Estado. Geração de mais empregos está entre as vantagens que acompanharão a instalação do terminal

Lucas Gustavo

Em Três Lagoas, um processo público licitatório deve definir a empresa que ganhará o direito de implantar uma Estação Aduaneira do Interior (Eadi) no município. O projeto do complexo, mais conhecido como Porto Seco, existe desde o ano de 2009 e, agora, foi reativado pela prefeitura. A informação partiu do diretor de Indústria e Comércio da Secretaria de Desenvolvimento local, Diógenes Marques.

Em entrevista à reportagem do Perfil News, nesta segunda-feira (14), o diretor explicou que o fator relevante para que o Porto seja instalado em Três Lagoas partiu da localização do município, a qual ele classifica como ‘eixo biocêntrico’ privilegiado.

‘’Nossa cidade faz divisa com grandes estados e grandes mercados interligados na rota bioceânica. Com isso, as empresas apontavam, há muito tempo, a necessidade dessa Estação Aduaneira. Mas foi preciso muito arrojo e coragem da prefeita Marcia Moura para ‘peitar’ uma Capital e manter um posicionamento forte em relação ao projeto’’, disse.

À FRENTE DE CAMPO GRANDE

De acordo com o diretor, Três Lagoas responde por mais de 50% da balança comercial de Mato Grosso do Sul. Além disso, segundo ele, a cidade é considerada um polo de exportação e, nos últimos 15 anos, recebeu bilhões em investimentos de indústrias dos mais diversos setores.

‘’Essa política de incentivo oferecida pela prefeitura ao mercado atraiu e continua atraindo várias empresas ao município; isso é fantástico. Podemos afirmar que, hoje em dia, existe uma competitividade grande por parte das corporações em busca de domicílio em Três Lagoas’’, considerou.

VANTAGENS

Diógenes defende que a aceleração no processo de logística, geração de economia e, consequentemente, mais rentabilidade às empresas e à cidade, são apontadas como as principais vantagens que serão conquistadas com a implantação do Porto Seco.

‘’Em Santos, por exemplo, um contêiner leva de 7 a 13 dias para ser liberado. Com uma estação aduaneira própria, essa saída será imediata. Hoje, a maior despesa em qualquer operação de mercadoria é a logística e o contra fluxo impacta mais de 90% o custo do transporte. Três Lagoas está muito bem posicionada para receber esse complexo e reduzir custos’’, afirmou.

TRÂMITE

Também segundo o diretor, a prefeitura contratou uma empresa para realizar estudo técnico relacionado ao que expõe o projeto. Agora, os documentos serão encaminhados à Receita Federal que decidirá o modelo e insfraestrutura do porto. Em seguida, o órgão pedirá autorização ao Tribunal de Contas da União (TCU) para a abertura de processo licitatório.

‘’A Receita Federal é a doutrinadora e é ela quem vai apurar a espécie de barracão a ser construído e se tem potencial para produtos químicos ou grãos, por exemplo. A empresa que vencer a licitação deverá seguir todos os padrões impostos pelo TCU’’, mencionou.

LOCAL

Diógenes antecipou à reportagem que Três Lagoas dispõe de uma área de 202 mil metros quadrados localizada no distrito industrial II, onde, possivelmente, o Porto Seco será ativado. O espaço, que fica próximo ao aeroporto, de acordo com ele, já está reservado e regulamentado.