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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Valor dos aluguéis cai pela metade em Três Lagoas

07/02/2015 11h30 – Atualizado em 07/02/2015 11h30

A demanda pela procura diminuiu com a demissão em massa de funcionários das fábricas, forçando o setor imobiliário a ajeitar os preços à nova realidade

Léo Lima com informações de Diego Follot

Um imóvel cuja locação era de R$ 2 mil, há pelo menos oito meses atrás, com localização central e cômodos que podem abrigar uma família de três pessoas (dois quartos etc), atualmente pode ser locado por R$ 1 mil ou até menos, dependendo da negociação entre o proprietário/imobiliária e o locatário. Esta é hoje a realidade em Três Lagoas, que sentiu uma avalanche de pessoas a procura de imóveis para alugar e o setor imobiliário não conseguia suprir a demanda.

A partir da chegada das fábricas de celulose e papel, cerca de oito anos, a procura por imóveis para acomodar os funcionários que vieram para edificar as indústrias aumentou consideravelmente, mesmo com alojamentos sendo agilizados para esse fim. Com isso, prevalecendo a premissa da oferta e procura, os preços dos aluguéis alcançaram patamares estratosféricos.

Agora, os preços dos aluguéis em Três Lagoas sofreram queda. Vários fatores concorreram para que os valores oscilassem para baixo, sendo o mais óbvio a questão da demanda de locatário, que diminuiu pela demissão em massa de trabalhadores.

QUEDA

Para assuntar melhor a questão, o Perfil News resolveu contatar duas corretoras, que trabalham especificamente com imóveis para locação.

Hoje existe mais oferta do que procura. Os valores caíram de 30% até 60%. Hoje, um imóvel cujo aluguel é considerado alto (com três dormitórios ou mais, garagens e alguns com piscina), gira em torno de R$ 2.500,00. Mas já chegou a custar R$ 5.000,00, uma redução de 50%.

É o que afirmou Rosi Monteiro, que atua na área há mais de 30 anos e há 5 tem sua própria imobiliária. Ela observou a grande demanda que ocorreu na área da construção civil, devido ao processo de industrialização que ocorreu na cidade nos últimos anos. Durante esse período, houve um aumento considerável de pelo menos 60% na procura por casas para alugar, com objetivo de abrigar os trabalhadores que vieram de outros estados. No entanto, com o término das obras, muitas pessoas voltaram para suas respectivas cidades.

Para Rosi, esse retorno dos trabalhadores e consequente desocupação dos imóveis forçaram a queda no aluguel. “Hoje temos mais oferta do que procura; ou se estabiliza o valor [negociando] ou continua com o imóvel fechado.”

Não somente a questão da demanda forçou a queda nos preços dos aluguéis. Rosi afirmou que as dificuldades aumentaram nos últimos meses, e que o problema está alinhado ao índice de desemprego e ao custo de vida em Três Lagoas. “Hoje eu pago quatro vezes mais o que eu pagava de luz [conta de energia elétrica]. A gasolina está um absurdo. Se não cairmos na realidade, não sairemos do lugar”, enfatizou. Ela, cerca de dois meses atrás, alugou uma casa com três dormitórios, localizada no bairro Interlagos, há três quadras da Lagoa Maior, por R$ 750,00. Um imóvel privilegiado pela localização que custava pelo menos R$ 3 mil, anteriormente.

CONFIANTE

Outra corretora entrevistada pelo Perfil News é Ana Luiza Luvezuto, que está no ramo há 4 anos. Abriu seu próprio negócio há um mês. Ana relata que as demissões nas indústrias, em especial n UFN3, atrapalharam as corretoras. “Houve uma queda na procura. As pessoas procuram mais, pesquisam mais, alugam um imóvel de melhor qualidade e menor valor”, observou.

Ela conta que os que mais procuram agora são estudantes que vem de fora ou mesmo pessoal da cidade que já tem estabilidade financeira. Apesar das dificuldades, ela se mostrou bem confiante e disse que “é tudo uma questão de tempo [retomada do valor dos aluguéis] até as coisas se acertarem”.

Uma casa localizada na Vila dos Ferroviários, com preço do aluguel mais barato atualmente (Foto: Divulgação)

Rosi Monteiro, que há anos atua no setor de locação de imóveis, vê na demissão em massa de trabalhadores uma das razões para a baixa na procura por casa para alugar (Foto: André Mitterer)

Ana Luvezuto, acredita que o mercado vai retomar os preços reais dos imóveis na questão dos aluguéis (Foto: André Mitterer)

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