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Três Lagoas
quinta-feira, 25 de abril de 2024

Contorno ferroviário de Três Lagoas

30/12/2014 15h25 – Atualizado em 30/12/2014 15h25

* Dirceu Deguti

Com a conclusão do Contorno Ferroviário de Três Lagoas, executado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul em parceria com a União, e a circulação dos trens da ALL nesse novo traçado, os moradores ganham um magnífico presente no ano do Centenário de Três Lagoas, que é a desativação do pátio de manobra no centro da cidade.

Como o município se encontra num processo acelerado de crescimento, essa enorme área a ser reurbanizada, com importância histórica e localização estratégica, deverá receber atenção especial da Prefeitura Municipal para melhorar a qualidade de vida de nossos moradores.Terão participações decisivas a nossa nova Senadora, os dois Deputados Estaduais, classe política, imprensa e população.

Com certeza, seus técnicos realizarão amplos debates com todos os segmentos da sociedade, sendo ideal que essas discussões tenham supervisão de um bom escritório de engenharia e arquitetura. Poderá buscar experiências bem sucedidas em outros locais. Um bom exemplo é a Prefeitura Municipal de Campo Grande que possui o Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) que tem uma firme ação no plano de crescimento de Campo Grande (MS) e que conduziu com muito bom senso a ocupação do espaço da ferrovia onde foram retirados ou preservados os trilhos no centro daquela cidade.

Com relação ao espaço que poderá surgir com a provável retirada dos antigos trilhos ou sua manutenção, já há inúmeras idéias. Há defensores de: Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), Monotrilhos, BRTs (Trânsito Rápido em Ônibus) e até os saudosistas pedindo a permanência dos trilhos com trenzinho para turistas. Os parâmetros mais importantes para implementação dessas modalidades de transporte público coletivo e ver se é economicamente viável e o seu impacto na mobilidade urbana.

Defendo que nesse novo espaço sejam priorizados faixas exclusivas para ônibus, preservando um espaço que no futuro poderá ser reaproveitado para transporte coletivo mais sofisticado. Possuam faixas exclusivas para motocicletas,amplos estacionamentos, mas tenha uma vigorosa ciclovia, pois ligará os dois extremos da cidade, ou seja, os conjuntos habitacionais na saída de Campo Grande (Jardim Imperial) e no outro lado o Jupiá, passando pelo centro da cidade e integrando as ciclovias que ligam ao Núcleo Industrial. Valorizando um dos mais tradicionais meios de transporte de Três Lagoas: a bicicleta. O relevo local favorece esse meio de transporte que é cotidianamente utilizado por pessoas de todas as idades e classes sociais para se deslocarem ao trabalho, as escolas, as compras e para o lazer, merecendo todo o incentivo, porque é um transporte barato e ambientalmente limpo.

O mais importante que esse novo espaço tenha uma integração harmoniosa com toda a cidade, principalmente com a Avenida Rosário Congro e que essa importante avenida seja prolongada até a saída para Campo Grande e não interrompa como é hoje, no cruzamento com a Avenida Fillinto Muller.

Outro grande tema que já está sendo discutido é o prolongamento da Avenida Antônio Trajano e das ruas paralelas até a Rua Manoel Pedro de Campos. Para tanto será necessário avaliar acerca da remoção de parte dos barracões da Rede Ferroviária. Só com um estudo bem detalhado e fundamentado será possível definir o que deve ser preservado do Patrimônio e esgotar todas as polêmicas que surgirão. Sendo bom lembrar que a primeira linha de ferro chegou no Jupiá no dia 03 de novembro de 1910 e no centro de Três Lagoas no dia 12 de novembro de 1910. Um mês depois é concluída a 1ª estação de madeira no centro de nossa cidade. Em 1922, sobre a administração do Sr. Arlindo Luz, a NOB inicia um plano de modernização e substitui a estação de madeira por um sobrado de alvenaria em estilo francês. Em 1961, sobre a administração do diretor da NOB, engenheiro Pedro Pedrossian, é substituído o antigo sobrado pelo prédio atual.

Com essa ampla área a ser ocupada, o momento será oportuno para discutirmos espaços para o prédio da Prefeitura Municipal, feira livre, teatro e temas polêmicos existentes em nossa cidade, como o estacionamento existente na Praça Rames Tebet e as construções dos quiosques de lanches existentes nos canteiros centrais de nossas avenidas.

Dentro do planejamento é necessário que essa enorme área tenha um grande circuito cultural preservando, dentro do possível, o patrimônio local com atrativos gastronômicos, como: bares, restaurantes, cafés e livrarias, e com isso teremos uma ocupação no período noturno. Por fim, que o projeto para essa área de ênfase rigorosa a mobilidade urbana, acessibilidade, embelezamento com jardins, áreas verdes e padronização de calçadas.

Tornando assim Três Lagoas uma cidade admirada no Brasil, não só pelos empregos, mas pelo respeito ao meio ambiente, acessibilidade e qualidade de vida.

(*) Dirceu Deguti Vieira Filho – é engenheiro fiscal da obra do Contorno Ferroviário de Três Lagoas

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