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Três Lagoas
quarta-feira, 24 de abril de 2024

Anos de luta e sacrifícios embasaram a história de sucesso do Lagoa da Prata

20/11/2014 15h42 – Atualizado em 20/11/2014 15h42

De um negócio que previa comercialização de pescados a um estabelecimento que já tem reconhecimento nacional na área gastronômica à base de peixe

Léo Lima e Ricardo Ojeda

Denominar Três Lagoas como “Terra das Oportunidades” não é nenhum pleonasmo. Os exemplos de empreendimentos que tiveram sucesso a partir do formidável nicho de mercado que se vislumbrou há pelo menos 20 anos são muitos. Agora que o desenvolvimento se enraizou, de fato, nada que se afirme é redundância nesta aprazível e progressista região.

Gente que apostou no crescimento de Três Lagoas, com certeza de que não teria decepções – embora alguns tropeços – aqui aportou suas posses e teve garantidos os investimentos. Quem na região não conhece histórias de empreendedores que sofreram agruras, mas que tiveram os ideais concretizados? Como o caso da dupla que iniciou os negócios vendendo peixes e acabou tornando-se grandes empresários do setor de piscicultura e gastronomia. Trata-se dos irmãos Roberto Yassushi Imada e Celso Kazuo Imada, que no final da década de 1990, recém formados agrônomo e administrador de empresas, respectivamente, aceitaram o convite do pai Hisashi Imada – que já tinha uma fazenda, a Córrego da Prata, e uma piscicultura a 40 quilômetros do centro da cidade – e vieram para esta região.

Uma história de sucesso que, agora, reflete o espírito empreendedor da dupla. Hoje comandam um dos restaurantes mais conhecidos do Estado e também em grande parte do país, especialmente a região de São Paulo, Goiás, Minas e Paraná. O Restaurante Lagoa da Prata é ainda um advento inédito: a franquia saiu de Três Lagoas para a Capital, Campo Grande.

“Viemos passar as férias na fazenda e acabamos ficando de vez por aqui”, recorda Roberto Imada. Ele lembra também que quando vendiam peixes nas ruas quase desistiram pelas dificuldades de comercialização. Mas, persistiram: “na feira vendíamos na parte da manhã cerca de 250 quilos de pescados; passávamos boa parte do tempo limpando pacu, piauçu, tilápia”, relembra.

Roberto conta que na época em que assumiram a fazenda, na década de 90, o irmão ficou responsável pela pecuária, enquanto ele tratou da piscicultura, perto do ano de 1993. “Passei oito anos em cima do trator para limpar a área e fazer 14 tanques; foi trabalhoso”, comentou, acrescentando que no começo também criava camarão da Malásia, “mas o pessoal [freguesia local] não tinha costume de comer camarão”. Depois, preferiram manter criame de peixes. “A gente pegava a caminhonete e ia para a feira vender”, afirmou.

EXPANSÃO

A ideia de ver o negócio aumentar em termos de lucro levou os irmãos a adquirir um caminhão para levar pescado para o mercado paulista e também de Minas Gerais. Nesse tempo, também resolveram montar um pesque-pague, que começou tímido com três funcionários na Vila Haro, que na época estava mais para a zona rural do que para a área urbana. “Mas continuamos vendendo peixe para São Paulo”, colocou Roberto, avaliando que “se vivêssemos só do pesque-pague estaríamos quebrados”.

Corria o ano de 2002. As contas não correspondiam ao investimento financeiro e também laboral. Daí os irmãos resolveram inovar, montando uma cozinha no local. “Amigos e conhecidos diziam que a gente era louco, quando começamos a oferecer pratos [a base de peixes] aos frequentadores do pesque-pague, com intuito de atrair clientela”, observou Roberto.

Segundo o empresário, durante um ano eles trabalharam “no vermelho”. Disse que pensou em ir para o Japão, onde sua esposa trabalhou, mas o irmão conseguiu demonstrar que era melhor ele ficar e continuar a batalha. “Peguei dinheiro emprestado da minha esposa e de meu pai para investir na cozinha e logo começou a vir as grandes empresas para cá, possibilitando o aumento da clientela”, revelou.

A partir de então, começaram a investir; primeiro, na cozinha. “Tínhamos um movimento grande e não conseguíamos atender direito”, confidenciou Roberto.

Hoje, um moderno sistema denominado “palmtock” melhorou e muito o atendimento no restaurante, que conta ainda com mais de 30 funcionários, dez dos quais são haitianos.

CONFIRA NA GALERIA OS DIFERENTES PRATOS OFERECIDOS PELO LAGOA DA PRATA

COZINHA RECONHECIDA

Um dos carros-chefes do restaurante, o “Tilápia com Provolone” (vencedor de concurso e patenteado), ainda faz o grande movimento, mas outros pratos concorrem para que o estabelecimento, localizado na Vila Haro, que também se beneficiou com o advento do Lagoa da Prata, principalmente na questão urbanística e de saneamento.

Ainda com relação aos pratos oferecidos pela Casa, o cardápio lista mais de 25 iguarias, geralmente à base de tilápia, pintado ou pacu, que dão combinações exclusivas e resultam em pratos à parmegiana, moqueca, empanado, pururuca, sashimi, strogonoff, quibe, grelhado, entre outros, que em no máximo quinze minutos é servido aos clientes. Isto, pode ser comprovado pelo “Palm tock”, sistema eletrônico de chamada, onde o cliente pede o prato que quiser.

ESTRUTURA

Para maior comodidade à clientela, o Lagoa da Prata conta com um espaço de diversão para as crianças (playground), onde a petizada é vigiada por dois monitores. Tem também berçário e fraldário,

As instalações são reforçadas com projeto de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, garantindo proteção e segurança aos clientes.

Segundo Roberto Imada, o restaurante está instalado num terreno de 30 mil m², com cerca de 3 mil m² de área construída, o espaço conta ainda com estacionamento para veículos, aproximadamente 270 clientes no salão de alimentação e outras 100 na sala de espera. Nesse setor, o cliente aguarda ser atendido, mas também tem oportunidade de apreciar e adquirir souvenirs como artesanato típicos da fauna e flora locais, além de bijuterias.

Para complementar o fascínio sobre o local, os clientes podem também satisfazer suas crenças e ao mesmo tempo praticar a solidariedade. Uma fonte dos desejos proporciona tudo isso. Ao fazer um pedido, a pessoa joga uma moeda na fonte. A arrecadação das moedas, depois, possibilita receita a entidade assistencial da cidade.

SUPORTE

A grande movimentação de pessoas no espaço exigiu que os empresários fizessem ampliações e melhorias, como o que está sendo realizado na questão do piso do restaurante, que está sendo totalmente reformado.

Também para abrigar ainda mais a clientela do forte calor que assola Três Lagoas grande parte do ano, a refrigeração do local tem o suporte de paredes de vidro blindex.

Outro fator que determinou revisão por parte da direção Lagoa da Prata foi a necessidade de manter as toalhas de mesa e outros materiais usados para servir os clientes constantemente limpos. Daí, os empresários resolveram adquirir mais máquinas e mais potentes para a lavanderia. Segundo Roberto, somente uma das máquinas consegue “bater” 30 quilos de toalhas por vez.

Ao finalizar as explicações sobre o estabelecimento, Roberto Imada concordou com a colocação do jornalista Ricardo Ojeda, do Perfil News, de que “muitos empreendimentos aqui se instalam e os recursos arrecadados vão para fora da cidade”. A resposta foi enfática: “o dinheiro arrecadado aqui [restaurante] é gasto aqui [Três Lagoas]; não sai para fora”. Carreou também a afirmação para a questão da geração de emprego e renda, pois contratam mão de obra local para trabalhar no Lagoa da Prata.

Os irmãos, Roberto e Celso Kazuo Imada, após anos de muito trabalho, luta e sacrifício colhem os frutos do sucesso com o restaurante Lagoa da Prata (Foto: Ricardo Ojeda)

O restaurante possui amplo espaço e agora foi instalado blindex e aparelhos para climatização do ambiente (Foto: Ricardo Ojeda)

A lavanderia instalado no complexo Lagoa da Prata exclusivamente para atender as necessidades do restaurante (Foto: Ricardo Ojeda)

Antes o local era aberto e o pesque pague atraia a clientela. Hoje, o principal atrativo são os pratos elaborados com exclusividades pelos irmãos Imada (Foto: Ricardo Ojeda/Arquivo)

A criançada tem local exclusivo para brincar enquanto os pais saboreiam a culinária oferecida no cardápio (Foto; Arquivo/Ricardo Ojeda)

A fonte dos desejos além de ser uma atração, as moedas jogadas pelos clientes são revertidos para a APAE (Foto; Ricardo Ojeda/Arquivo)

O Córrego da Prata possui vários tanques de criação de peixes para abastecer o restaurante e fica localizado há 40 quilômetros do centro da cidade (Foto; Arquivo)

Ilustração reúne os melhores pratos oferecidos pelo restaurante Lagoa da Prata (Foto: Divulgação)

As instalações são reforçadas com projeto de acessibilidade para portadores de necessidades especiais, garantindo proteção e segurança aos clientes.(Foto: Reprodução)

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