29/09/2014 17h54 – Atualizado em 29/09/2014 17h54

Conclusão da MS-040 vai tirar Santa Rita do Pardo do isolamento

Dos 209 km de Santa Rita do Pardo até Campo Grande, cerca de 40 km estão recebendo obras de pavimentação que devem ser concluídas, segundo a Agesul, até o final do ano

Léo Lima e Ricardo Ojeda

“O desenvolvimento só chega quando tem logística”. A frase é do prefeito de Santa Rita do Pardo Cacildo Dagno Pereira, ao tratar sobre a importância da MS-040 como “rodovia da integração; caminho do desenvolvimento”. Para ele, a cidade era tida “como fim de linha e agora vai sair do isolamento”.

A afirmação de Cacildo Pereira se dá pelo fato de as obras de conclusão dos cerca de 40 dos 209 quilômetros de extensão, de Santa Rita do Pardo à Capital do Estado estar em andamento e devem ser concluídas até o final do ano, conforme a Agesul (Agência de Gestão e Empreendimentos de Mato Grosso do Sul).

A rodovia encurtará a distância entre Santa Rita do Pardo e Campo Grande, além de desafogar o trânsito da BR-267 e garantir o escoamento da produção dos municípios atingidos. “Só de pensar que a gente andava 400 quilômetros para chegar em Campo Grande e agora são só 225 quilômetros até a Capital já é um conforto”, comentou o prefeito.

OBRAS LOTEADAS

De acordo com o engenheiro Dirceu Deguti Vieira Filho, do escritório da Agesul em Três Lagoas, que junto com o colega Marcio Mesquita acompanha o desenvolvimento das obras, cinco empreiteiras estão responsáveis pela construção da rodovia “Manoel Lino de Rezende” (Neco), desde Campo Grande até Santa Rita do Pardo. A obra foi dividida em dez lotes, sob responsabilidade das construtoras Proteco, que está executando os serviços nos lotes 1 e 2; a Equipe, 3 e 4; Equipav, 5 e 6; Encalso, 7, 8 e 9; e CGR, lote 10.

“A determinação do governo do Estado é para acelerar a obra que tem de ser concluída até dezembro deste ano”, observou o engenheiro Dirceu Deguti. Segundo ele, além da pavimentação, as obras importam também na construção de guias e sarjetas, plantio de grama no acostamento, pontes, entre outros serviços. O cálculo atual é que devem ser gastos cerca de R$ 290 milhões na execução das obras.

Os recursos, conforme Deguti, são oriundos do Programa MS Forte 2 do governo estadual.

VONTADE DE FAZER

“Essa obra começou no governo Pedro Pedrossian [década de 1980] e nenhum outro governador não teve iniciativa de terminar; só agora, neste governo”, enfatizou o prefeito Cacildo Pereira. Ele acrescenta: “pode-se afirmar que a história do desenvolvimento de Santa Rita é antes e depois dessa rodovia”.

Para o prefeito, a perspectiva de crescimento socioeconômico do Município é agora outra, com possibilidades de atração de investimentos em diversos setores. A cidade, que nasceu junto à criação de gado, agora tem outro alento, no alavancamento da indústria. Ele dá como referência a chegada do primeiro frigorífico na cidade, que gerará emprego e renda.

Ao todo serão investidos cerca R$ 2,5 milhões entre equipamentos e estrutura. Segundo o empresário Alessandro Marques, a estrutura terá capacidade para abater até 200 animais por dia, com isso gerando uma demanda estimada em aproximadamente 70 empregos diretos.

“Estamos também com uma fábrica de ração para aqui se instalar. Enfim, a partir da conclusão da estrada [MS-040] até o setor imobiliário será beneficiado, com os investimentos aportando o Município e a cidade crescendo ainda mais”, observou o prefeito.

Com isso, contabiliza Cacildo, “os cofres públicos vão ser abastecidos através de impostos e quem ganha é a cidade, a população que terá obras de melhoria na qualidade de vida”.

Mas, assim como o prefeito, muitos pequenos empresários comemoram o advento da rodovia como fator de crescimento da cidade. Marcia Adriana Alves é proprietária, junto com outros irmãos, do Hotel e Restaurante Alvorada, o primeiro e mais tradicional de Santa Rita do Pardo. “Estamos aqui faz há muito tempo, resistindo com nosso hotel. Agora, com essa obra nosso movimento aumento consideravelmente, tanto em termos de hospedagem como no de fornecimento de alimentação”, assegurou.

FRENTES DE OBRAS

Uma das cinco empreiteiras responsáveis pela execução da obra, a Encalso, que tem escritório em Santa Rita do Pardo, tem no mapa os trechos que está executando os serviços no Município. Nas pranchetas e nas paredes das salas dos escritórios, o mapeamento das obras é estampado.

Além dos lotes 7, 8 e 9, a Encalso encampou o lote 10, por conta de negociação com a CGR. Agora, com a inclusão desse lote, com 23 quilômetros de extensão, a empreiteira tem 64 quilômetros da MS-040, sentido Santa Rita-Campo Grande para pavimentar.

De acordo com Alexandre, do escritório da Encalso na cidade, o canteiro de obras conta com cerca de 300 trabalhadores; a metade contratada em Santa Rita e a outra, profissionais de outras regiões. “Nós estamos alojados em casas alugadas na cidade e no alojamento da empresa; também nos alimentamos nos restaurantes locais”, afirmou.

O Município conta ainda com serraria, silvicultura (florestas plantadas, como seringueiras), criação de gado e outros investimentos empresariais, que serão beneficiados com a rodovia.

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