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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Estudo aponta aumento do preço da cesta básica em Três Lagoas

28/07/2016 11h07

Mesmo com o aumento de alguns itens a cesta básica neste primeiro semestre chegou a custar em média R$ 365,69, desta forma mais baixa que na Capital

Assessoria

A análise realizada pelo Núcleo de Pesquisas de Três Lagoas – NPE/TL, por meio da Secretária de Desenvolvimento Econômico leva em consideração, os gastos médios mensais referentes aos produtos da Cesta Básica de Alimentos (CBA) que são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, banha/óleo e manteiga, levando em consideração a metodologia da DIEESE.

Dos 13 produtos da cesta básica estipulados pelo DIEESE, oito deles representam juntos o acréscimo percentual em média de 5,2% no preço final. Os que mais pesaram para esse resultado de aumento na cesta básica três-lagoense em média foram feijão (9,7%), batata (9,8%), leite (7,5%) e arroz (6,3%).

O leite apresentou um acréscimo no semestre de 7,5%, chegando a custar, no mês de maio, R$ 3,94 o litro, o que equivale a 8% no montante da cesta. Já o Arroz teve um acréscimo no semestre de 6,3%, chegando a custar, em média, R$ 15,25 o pacote de 5 kg no mês de junho. O feijão e o arroz – a tradicional combinação das refeições dos brasileiros – subiu ainda mais de maio para junho e pressionou o resultado do Índice Geral de Preços Do Mercado (IGP-M). O indicador passou de 0,82% para 1,69%, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A Cesta Básica de Alimentos está definida no Decreto Lei 399, tanto em relação aos produtos a serem pesquisados, quanto suas respectivas quantidades. Em Três Lagoas foram pesquisados supermercados, açougues, padarias e feira para a aferição do resultado final, além de marcas diferenciadas de produtos e datas estratégicas. A pesquisa é divulgada periodicamente. Nesta oportunidade, a base de dados diz respeito ao primeiro semestre de 2016.

Nesta pesquisa, assim como em todo o Brasil, percebe-se um aumento no preço do feijão, que no município chegou a custar, em média, R$ 31,88 (levando em consideração a metodologia do DIEESE que rege que uma família consome 4,5 kg) no primeiro semestre do ano com variação no preço de 9,7%, essa elevação se deve pelo preço do feijão e outros componentes da cesta que, segundo o IBGE, teve um acréscimo de 30% nos primeiros meses do ano. Esse aumento se deve pelo problema climático decorrentes dos fenômenos El Niño, que afetaram a safra do Rio Grande do Sul, maior produtor do país.

Outro item com um aumento foi o tomate – apresentou acréscimos no mês de maio (15%) e junho (20,2%), aumentos que podem ser condicionados pelo fator clima – que chegou a custar, em média, R$ 4,59 o quilo, isso no primeiro semestre. O feijão e o arroz subiram ainda mais de maio para junho e pressionou o resultado do IGP-M. O indicador, considerado de 0,82% para 1,69%, segundo informou a FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Além de tais produtos, a batata também apresentou um aumento significativo, em média, esse item atingiu custos semestrais de R$ 8,22 o quilo, tendo um acréscimo de 8,8% no período. A Carne, que por sua vez representa 29% do preço final da cesta básica, teve preço médio de R$ 16,90 por quilo no semestre, representando uma variação média de 1,5%.

COMPARATIVO

No comparativo com a média de duas capitais, a cesta básica em Três Lagoas possui o valor de R$ 390,11, isso no mês de junho. Entretanto, esse valor está abaixo do que os auferidos na capital Campo Grande com R$ 428,73 e na grande São Paulo R$ 469,02.

A cesta básica de Três Lagoas durante, o semestre, oscilou no ranking de preços estabelecido pelo DIEESE para fins de comparação com as outras 27 capitais brasileiras. O ranking estipula que quanto mais próximo do primeiro lugar, mais caros ficam os custos finais dos produtos da cesta básica.

Portanto, enquanto São Paulo ocupa o primeiro lugar no ranking dos preços, a cesta básica treslagoense, desde janeiro – mês que marca o início das medições – apresentou preços finais em média de R$ 350,00; fato que favorece os preços abaixo da média nacional. Entretanto, os dados apontam que junho a cesta básica ficou em R$ 390,11, acréscimo de 9,3% em relação ao mês anterior, colocando Três Lagoas na 16ª posição entre as capitais.

Outro ponto positvo para o município é que quando se trata de horas da jornada de trabalho correspondentes para a compra da cesta básica, esse indice é bem menores do que nas outras duas capitais. Enquanto em Três Lagoas gasta-se 97,5 horas da jornada de trabalho, de 200 estipuladas pelo DIEESE, para aquisição da cesta básica, a variação auferida em Campo Grande foi de 107,18 horas e em São Paulo 117,26 horas.

No semestre, as horas trabalhadas necessárias para obtenção dos produtos da cesta básica em Três Lagoas, girou em média 89,1. Ora já apresentado, junho apresentou o preço mais elevado da cesta no semestre, R$ 390,11, por isso mesmo que as horas trabalhadas foram acrescidas de 9% em relação mês de maio.

Mesmo com o aumento de alguns itens, a cesta básica neste primeiro semestre chegou a custar em média R$ 365,69 em Três Lagoas. Nesse sentido, um saldo positivo nos mostra que o município fica atrás da capital Campo Grande com a média de R$ 404,63 e São Paulo com a média de R$ 449,49.

O treslagoense gastou em média 89,17 horas para aquisição da cesta básica, atrás também de Campo Grande com 101,16 horas e São Paulo 112,37 horas. Sobre temas do Desenvolvimento: foram analisados os estabelecimentos mais visitados pelos consumidores do município tal como dita a metodologia do DIEESE.

Foram destacados alguns itens que pesaram mais no bolso do consumidor no último semestre e seus fatores condicionantes. Contudo, a pesquisa mostra que Três Lagoas, mesmo apresentando alguns acréscimos em determinados produtos, o valor da cesta básica ainda é viável e acessível, levando em consideração também as oportunidades de emprego, que aumentam ainda mais o poder aquisitivo dos cidadãos, possibilitando assim uma melhor qualidade de vida, não apenas no fator alimentação, como também moradia, transporte, saúde e lazer.

MÉDIA SALARIAL

De acordo com os dados do RAIS/CAGED (2016) a média salarial do município de Três Lagoas é de R$ 2.167,47, salário que corresponde aos empregados na indústria de transformação. Já o salário mínimo, 2016, corresponde a R$ 880,00 levando esse dado em conta, foi analisadp o grau de comprometimento da renda do salário para aquisição dos produtos da cesta básica.

Em Três Lagoas, o comprometimento da renda com a cesta básica gira em torno 20% em relação à remuneração obtida na indústria, frente aos 48% do salário mínimo em junho de 2016. Os dados coletados pela secretaria mostram um aumento de 1,3% nesse primeiro semestre. Quando equipara-se os dados em relação ao poder aquisitivo verifica-se um menor comprometimento da renda dos trabalhadores da indústria se comparados com o salário mínimo. É sabido que Três Lagoas gira sua economia em torno da industrialização, o que torna a população economicamente ativa, em sua maior parte, empregada na indústria.

Na variação de preços dos produtos de janeiro para fevereiro 2016, Três Lagoas manteve uma queda de -6,3%. Já em comparação Maio/Junho evidencia-se um aumento percentual de 9,3% na cesta básica. Essa elevação deve-se ao preço do feijão e outros componentes da cesta que, segundo o IBGE, teve um acréscimo de 30% nos primeiros meses do ano (IBGE, 2016).

(*) Prefeitura Municipal de Três Lagoas


O valor da cesta básica em Três Lagoas está menor que na Capital sul-mato-grossense (Foto: Divulgação)

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