30/10/2017 07h28
Concluída três semanas antes do cronograma, a nova fábrica da Fibria em Três Lagoas alavanca a produção para 3,25 milhões de toneladas/ano, impulsionando a economia local e gerando mais 3 mil empregos diretos e indiretos
Ricardo Ojeda
Há dois meses para encerrar o ano, muitas pessoas aguardam “ansiosamente” o descerrar das cortinas de 2017 e vislumbrar com expectativas positivas 2018. Afinal, 2017 foi de muitas turbulências em vários segmentos, principalmente na política e economia.
A crise econômica que atingiu o País causou grandes impactos na vida do cidadão, atingindo estados e municípios, deixando um saldo negativo de mais de 12 milhões de desempregados. Essa situação impactou sobremaneira o crescimento do Brasil e consequentemente dos estados e municípios.
PROTEGIDA
Porém, esses impactos não chegaram a Três Lagoas com grande intensidade. A cidade estava “protegida” desses abalos graças aos investimentos da Fibria, por meio das obras de construção da segunda linha de produção de celulose da empresa, batizado de Projeto Horizonte 2. O empreendimento, orçado em R$ 7,345 bilhões, foi considerado como um dos maiores investimentos privado no Brasil. Os números superlativos impulsionaram a economia do município, com geração de empregos e renda.
Para se ter uma ideia, no canteiro da obra foram gerados 9,5 mil empregos. Durante as obras de ampliação da unidade da Fibria na cidade, foram gerados 40 mil empregos, considerando toda a cadeia produtiva, ou seja, desde o pequeno comerciante local, como restaurantes, padarias, lavandeiras, até médios e grandes fornecedores de serviços, peças e equipamentos.
CRONOGRAMA ADIANTADO
A obra que foi anunciada em maio de 2015 e iniciada em junho do mesmo ano, estava com o cronograma para ser entregue no início do último trimestre deste ano, depois nova previsão para setembro e, no final, foi possível iniciar a produção três semanas de antecedência. Com a conclusão da obra, a desmobilização dos trabalhadores que estavam ligados às empresas contratadas pela Fibria vem ocorrendo de forma gradual, de acordo com o cronograma do Projeto. Esse procedimento é natural quando se conclui uma obra.
IMPACTOS POSITVOS
Entretanto, enquanto se diminuí o volume de trabalhadores que atuaram na construção do empreendimento, outras vagas foram criadas pela empresa, com qualificação técnica para operarem os equipamentos da nova linha de produção de celulose, tanto na área industrial, como na área florestal e de logística. Com isso, a operação da segunda fábrica criou mais de 3 mil postos de trabalho. Sendo assim, o impacto na economia local não será sentido.
A preocupação social que a direção da Fibria tem com o município possibilitou várias oportunidades para muitas pessoas. Exemplo disso foram os cursos proporcionados pela empresa em parceria com o Senai, que conseguiram qualificar muitos jovens e pais de família que foram contratados pela empresa.
Atualmente, o quadro de colaboradores diretos e indiretos da empresa, considerando as duas linhas de produção, atinge 6 mil pessoas. Só a nova unidade, considerando Florestal e Industrial, geral 3 mil vagas diretas e indiretas. Outro número positivo é que ainda existe um contingente de cerca de 1.600 trabalhadores no Projeto Horizonte 2.
MOLA PROPULSORA
Esses postos de trabalho no empreendimento refletem positivamente no comércio de Três Lagoas. A presidente da Associação Comercial e Industrial do município, Glaucia Jaruche, falou um pouco das expectativas do comércio em relação a esses dados.
‘’Estamos trabalhando para que o comerciante local e seus colaboradores estejam preparados para qualquer tipo de ‘cenário’, e é por isso que investimos em parcerias que já resultaram em sete grandes eventos focados em fomentar o comércio local,” disse.
Ela enfatiza que a geração de empregos, é a mola que impulsiona a economia do município. “As grandes indústrias, principalmente a Fibria, tem papel fundamental nessas estatísticas que fazem a cidade andar pra frente”, encerrou Glaucia.
Por sua vez, o gerente geral de uma loja na cidade, Douglas Filho disse que o comércio “aguarda ansioso” pelo impacto da geração destes novos postos de trabalho. “A gente precisa de uma injeção de ânimo. Precisamos que o consumidor acredite nos nossos produtos e os consuma”, comentou.
IMPACTOS NA REGIÃO
Questionado a respeito dos investimentos gerados pelo Projeto Horizonte 2, o prefeito Angelo Guerreiro destacou a força que o comércio terá. “A cidade ganha, pois gerará aquecimento no comércio fomentando a economia. Não é só Três Lagoas que tem a ganhar com essa geração de emprego, mas toda a Costa Leste será agraciada. O impacto desses empregos alcança também outras cidades da região”, comentou ele.
LIDERANÇA MUNDIAL
A Fibria é uma empresa brasileira e líder mundial na produção de celulose de eucalipto a partir de florestas plantadas. Agora, com duas linhas de produção em Três Lagoas, se consolida como a maior produtora mundial de celulose.
Somando todas as unidades da companhia no Brasil, responde com uma produção de 7,25 milhões de toneladas/ano de celulose. Em Três lagoas, as duas linhas corresponde a quase 50% dessa produção, ou seja, 3,25 milhões de toneladas/ano, impulsionando a balança comercial de exportações de Mato Grosso do Sul.
DESTAQUE NACIONAL
Esse índice faz Três Lagoas despontar no cenário nacional como uma das melhores cidades para investir. Em recente pesquisa realizada pela empresa de Consultoria Urban Systems, com exclusividade para a Revista Exame, foi apontado o município como uma das 100 melhores cidades para fazer investimentos. Esses dados foram coletados em cidades acima de 100 mil habitantes.
Em Mato Grosso do Sul, três municípios conseguiram pontuação, em primeiro lugar, apareceu Campo Grande, na 37° posição, com 10,22 pontos, enquanto Três Lagoas obteve 9,75 pontos, na 62° posição. Dourados, a segunda maior cidade do Estado, ficou colocada, com 9,69 pontos, ficando na terceira posição, conquistando 65ª do ranking.
