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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Mesmo com luz cortada, hotel hospeda demitidos da UFN3

17/10/2014 12h21 – Atualizado em 17/10/2014 12h21

Por não receber do Consórcio UFN3 hotel tem luz cortada

Mais de 30 trabalhadores demitidos da UFN3, alojados em um hotel em Três Lagoas, passaram momentos de muito calor durante a noite-madrugada de ontem para hoje; junto com eles, outros 2.500 operários estão sendo demitidos pelo Consórcio

Léo Lima e Ricardo Ojeda

O efeito dominó causado pelo não cumprimento das obrigações financeiras da UFN3 junto aos fornecedores já está afetando diversas atividades econômicas de Três Lagoas. Sem receber pagamento pelos serviços prestados ao Consórcio, donos de hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos empresariais e comerciais estão sofrendo dificuldades em honrar seus compromissos financeiros, como conta de luz e água, mercados, combustíveis, atingindo também os funcionários. “Estou preocupado com o pagamento de meus funcionários, caso não receba o que eles [Consórcio UFN3] me devem”, comentou um empresário do setor hoteleiro, que tem receio de ser identificado para não sofrer represálias.

Esse mesmo hoteleiro afirmou que, ontem, por não ter como pagar o consumo de energia elétrica, a Elektro cortou o fornecimento de parte de seu estabelecimento, deixando os trabalhadores (encarregados de obra) sem luz. “Eu até que não sofri isso, porque pago as contas da hospedagem e o meu setor a energia não foi prejudicada, mas muitos companheiros sentiram na pele a falta de energia elétrica, ainda mais com um calor desses”, observou um encarregado de obra, também atingido pela avalanche de desligamentos proporcionado pelo Consórcio.

Segundo o proprietário do hotel, a dívida atual do Consórcio para com ele gira em torno de R$ 200 mil. “Mas, já ficaram me devendo aproximadamente R$ 1 milhão”, contou, acrescentando que, “agora, me disseram que iam depositar R$ 10 mil para ajudar a pagar a conta de luz, mas nada foi cumprido”.

CONFIRMAÇÃO

Com a informação de que estaria havendo demissão em massa, com cerca de 2.500 trabalhadores sendo demitidos, a reportagem do Perfil News percorreu vários locais onde eles poderiam estar alojados. Em um outro hotel, aproximadamente 80 trabalhadores tinham acabado de chegar, oriundos do alojamento Comodato (localizada em uma fazenda próxima ao canteiro de obras da UFN3, na BR-158), e buscavam se distrair batendo papo em frente ao estabelecimento ou jogando partidas de sinuca. “Tá todo mundo demitido”, afirmou um deles.

Nesse local, gente de diversas partes do país estão reunidos e passando pela mesma situação: demissão sem saber a razão. “Só mandaram a gente embora, sem explicar nada; passaram o facão e pronto”, disse um trabalhador mineiro, que está há três meses em Três Lagoas servindo na UFN3. “Disseram que vão pagar a rescisão no dia 24 deste mês; vamos ver se isso acontece mesmo”, reservou.

Um colega, ao lado, emendou: “estou aqui faz um ano e pouco, trabalhando, e agora eles me mandam embora, assim, se mais nem menos; quero, pelo menos, receber aquilo que tenho direito”.

Assim como esses trabalhadores, centenas de outros estão sendo alojados em hotéis, pousadas e até residências transformadas em repúblicas, à espera do acerto de contas.

Assim como esses trabalhadores demitidos pelo Consórcio, centenas de outros estão sendo alojados em hotéis, pousadas (Foto: Ricardo Ojeda)

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