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quinta-feira, 28 de março de 2024

Morte de professor da UFMS segue sob investigação policial

13/03/2014 17h29 – Atualizado em 13/03/2014 17h29

Delegado de Polícia, Luis Milani, comentou sobre o andamento do caso

Da Redação

Há cerca de 20 dias da morte do professor Ézio Luis Rocha Bittencourt, de 47 anos, encontrado morto em casa no dia 25 de fevereiro de 2014, em Nova Andradina, a Polícia Civil prossegue com as investigações no sentido de apurar o fato. Um laudo do Instituto Médico e Odontológico Legal (IMOL) de Campo Grande é aguardado pelas autoridades na expectativa de que o documento aponte a possível causa do óbito.

Este laudo será anexado aos exames necroscópicos realizados no IML de Nova Andradina que sugerem a causa da morte como asfixia. Segundo o delegado Luis Augusto Milani, o documento apontará se esta asfixia foi provocada por alguém ou decorrente de overdose ocorrida devido ao suposto consumo de drogas, uma vez que, no quarto da vítima, havia vestígios de cocaína.

Ainda nas palavras da autoridade policial, várias pessoas já foram ouvidas e relataram que tiveram contato com o professor no dia provável do óbito, que a polícia suspeita que tenha ocorrido no sábado (22), três dias antes da data em que o corpo de Ézio Luis foi encontrado por sua empregada doméstica.

SEM VIOLÊNCIA

Questionado sobre um possível homicídio, o policial não descartou a hipótese, mas, segundo ele, há poucos indícios que sustentem a possibilidade de um assassinato. “Mesmo com a subtração de alguns objetos da casa, não é prudente afirmar que alguém tenha matado o professor para roubá-los, pois bens como o carro, a carteira, o celular e outros pertences de valor permaneceram no local. Além disso, o corpo da vítima não possuía sinais de violência”, afirma.

Milani explicou que, de acordo com relato da empregada da vítima, quando ela foi ao local, na segunda-feira (24), a casa estava trancada, porém, no dia seguinte, quando ela voltou ao local, percebeu que o portão do quintal e as porta dos fundos estavam apenas encostados, dando a entender que, do momento do óbito, no dia 22, até o achado do corpo, no dia 25, alguém tenha passado pelo local.

Há relatos que havia uma corrente e um saco plástico no quarto, o que, segundo amigos da vítima, levantaria a suspeita de um possível estrangulamento, já que havia marcas de sangue na cama, porém o delegado explica que o sangramento nasal poderia ser provocado por overdose no consumo de cocaína. Por este motivo, é importante o resultado do laudo toxicológico produzido pela IMOL da Capital. Com relação à embalagem plástica e a corrente, não há indícios que eles tenham relação com a morte.

Em relação aos objetos subtraídos, testemunhas esclareceram que uma garrucha, qualificada no primeiro momento, como arma de fogo, na verdade se tratava de uma réplica utilizada pelo professor durante suas aulas de História no campus local da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), onde ele lecionava.

REUNIÃO ENTRE AMIGOS

Na noite de sábado (22), o professor teria recebido várias pessoas em casa. Questionado sobre a ocorrência de algum tipo de reunião entre amigos no local, o delegado preferiu não confirmar a informação, apenas disse que os últimos registros do telefone celular da vítima apontaram algumas pessoas que já foram ouvidas pela Polícia Civil, porém, até o momento, sem envolvimento com a morte.

“Eles apenas colaboraram com as investigações. Tiveram contato com a vítima até certo momento e o que ocorreu depois disso é o que tentamos esclarecer”, comenta Milani, ao dizer que o caso segue em aberto e que possíveis testemunhas que possam colaborar com a polícia podem entrar em contato pelo telefone (67) 3441-1316. “A identidade dos nossos informantes será mantida no mais absoluto sigilo”, finaliza.

Amigos do professor disseram que estão articulando um possível protesto motivado pelo descontentamento deles com relação ao andamento das investigações. Alguns acreditam que o professor tenha sido vítima de homicídio, embora não tenham apresentado argumentos ou provas para sustentar esta opinião.

BIOGRAFIA

O professor gaúcho Ézio Luis da Rocha Bittencourt, graduou-se em História pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), fez mestrado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e doutorado pela Universidade de Genebra, na Suíça. Ele também era escritor e publicou os livros “Da Rua ao Teatro”, lançado pela Editora da Furg em duas edições, sendo a última, em 2007, durante a 11ª Festa do Mar. O livro trata do movimento artístico-cultural da cidade do Rio Grande, com ênfase principal nas décadas de 1920 e 1930, mas abrangendo todo o desenrolar das artes nos séculos 19 e 20. Ézio atuava em Nova Andradina desde o ano de 2008.

(*)Com informação de Nova News

Professor foi encontrado morto em sua casa (Foto: Redes Sociais)

Alguém teria ido até a casa após a morte do professor, afirma Polícia Civil (Foto: Acácio Gomes/Nova News)

Delegado que cuida do caso afirma que possíveis testemunhas pode colaborar (Foto: Márcio Rogério/Nova News)

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