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sexta-feira, 29 de março de 2024

Revoltados com CPI, funcionários de frigoríficos pretendem acampar na Assembleia de MS

20/10/2017 17h01

A suspensão das atividades dos frigoríficos causou insegurança aos trabalhadores da companhia e, principalmente, a produtores rurais. Desde a paralisação, as unidades interromperam compras e abates gados

Ricardo Ojeda e Lucas Gustavo

Em Mato Grosso do Sul, funcionários dos sete frigoríficos da JBS pretendem ‘montar acampamento’, na segunda-feira (23), na Assembleia Legislativa, na Capital. As unidades de produção de carne da companhia paralisaram suas atividades no Estado desde quarta-feira (18). O grupo alegou ‘insegurança jurídica’ após ter R$ 730 milhões bloqueados pela Justiça. A punição ocorreu a pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga irregularidades fiscais e tributárias por parte da JBS em MS.

INSEGURANÇA

A ‘suspensão geral’ dos frigoríficos causou insegurança aos trabalhadores da companhia e, principalmente, a produtores rurais. Desde a paralisação, as unidades interromperam compras e abates gados. Hoje (20), houve protesto por parte dos funcionários na Assembleia, mas o ato não trouxe nenhum resultado direto.

Em entrevista ao Perfil News, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Carnes e Derivados de Campo Grande, Wilson Gimenez Gregório, explicou que, na segunda-feira (20), representantes da JBS devem chegar ao Estado. Na oportunidade, eles devem se reunir com os deputados na intenção de firmarem uma tratativa sobre o fim do bloqueio.

‘’Participamos de reuniões hoje na Assembleia e com o Poder Judiciário, mas semana que vem voltaremos para acampar. Existem várias maneiras de se resolver isso e negociar a quitação dessa dívida de outras formas. No momento, com essas condições, a empresa entende que não tem segurança jurídica no Estado para se trabalhar’’, afirmou o presidente.

‘’Participamos de reuniões hoje na Assembleia e com o Poder Judiciário, mas semana que vem voltaremos para acampar. Existem várias maneiras de se resolver isso e negociar a quitação dessa dívida de outras formas. No momento, com essas condições, a empresa entende que não tem segurança jurídica no Estado para se trabalhar’’, afirmou o presidente.

ATO DE VINGANÇA

À reportagem, Wilson revelou que considera a atitude dos deputados como um ato de ‘vingança’ junto a JBS. (No mês de julho, em delação premiada, os irmãos Batistas, donos do grupo, disseram que o atual governo do Estado fazia parte de um esquema de corrupção de falsa venda de gado, incluindo pagamento de propina). O governador Reinaldo Azambuja negou todas as acusações relatadas pelos investigados.

‘’Essa Comissão Parlamentar foi criada em 2007, e por que está cobrando essa dívida só agora? Por que a mídia divulgou esse esquema? Entendemos então que é uma CPI política, que está aí para limpar a imagem do governo. Mas essa discussão não interessa a nós, pois queremos apenas trabalhar’’, desabafou Gregório.

PREJUÍZO

Conforme o presidente, que representa uma classe de quase 20 mil trabalhadores, apenas nesses dois dias de paralisação dos sete frigoríficos, aproximadamente 24 mil cabeças de gado deixaram de ser abatidas. Por conta disso, ele acredita que, somente neste período, R$ 6 milhões deixou de circular no Estado
‘’Para os trabalhadores, o pagamento está garantido até o dia 5, mas o prejuízo é grande para o setor de abate e venda de carne. A solução não está nas mãos de mais ninguém, apenas da CPI, pois é ela a autora da ação’’, encerrou Wilson.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Carnes e Derivados de Campo Grande, Wilson Gimenez Gregório, disse que

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