23/05/2014 10h03 – Atualizado em 23/05/2014 10h03
Em audiência realizada na quarta-feira (21), Justiça determinou a desocupação da área invadida a cerca de um mês. Famílias dizem que não foram notificadas
Larissa Lima
A área em frente à sede da Polícia Ambiental em Três Lagoas, que está em fase de acabamento, é o lar de aproximadamente 60 pessoas, a cerca de um mês. Com a decisão tomada na quarta-feira (21), pela Justiça, as famílias têm até 20 dias para desocupar a área, que é de propriedade da prefeitura municipal.
No local, os ocupantes contam que ainda não foram notificados pela prefeitura, e que souberam da decisão através de jornalistas que visitaram a área ontem (22).
INDIGNAÇÃO
Segundo uma das ocupantes, Geórgia Rodrigues de Souza, 23, que mora com o marido e o filho, nenhum funcionário da prefeitura foi ao local para pedir que deixassem a área. “Desde que estamos aqui, ninguém veio pedir para a gente sair. E mesmo que peça, ninguém sai, porque não temos pra onde ir”, desabafou.
A maioria das pessoas que está morando no local trabalha e decidiu ocupar a área por alegar não ter condições de pagar pelos altos aluguéis disponíveis na cidade. É o caso de uma das ocupantes, que no momento da reportagem, construía seu novo lar. “Estou me separando do meu marido e não tenho pra onde ir. Assim que eu terminar de construir aqui, me mudo”, relatou.
De acordo com os moradores, a única autoridade que compareceu ao local foi o vereador Gil do Jupiá (PSB), que em conversa com os ocupantes, disse que iria viabilizar a visita de um assistente social e da prefeita Marcia Moura (PBDM), mas nada aconteceu.
SOLIDARIEDADE
Daniel Atanásio, de 46 anos, mora próximo a área e conta que apoia a iniciativa dos ocupantes. “Ninguém está aqui está por brincadeira, está porque precisa. Ninguém aqui tem pra onde ir”, relata.
Ainda segundo Atanásio, todos que ocupam a área procuram se ajudar com o que podem. Ele revela que colabora com água, comida e demais necessidades.
No local, vivem cerca de cinco crianças, entre elas bebês. É o caso de Maria Alexandrina, de 42 anos, que mora com dois filhos, um deles de um ano; uma neta adolescente; uma neta de colo; o pai e um irmão.
Alexandrina afirma que não tem como sair de lá, pois não trabalha e não tem nenhuma renda. Antes do ocupar a área da Vila Piloto morava em uma fazenda com o marido e após a separação, ficou sem ter onde morar. Ela vive com a ajuda do pai, que é aposentado.
EXPECTATIVA
As famílias esperam receber alguma ajuda por parte da prefeitura municipal e aguardam a visita de um representante para que possa ser debatida a situação dos ocupantes.
OUTRO LADO
Procurada pela reportagem do Perfil News, a Secretaria de Comunicação informou que o assessor jurídico Clayton Mendes de Moraes, que participou da audiência onde a Juíza Aline Beatriz de Oliveira determinou a desocupação do local, poderia oferecer mais informações sobre o caso. Porém, Clayton Mendes está viajando e volta na segunda-feira (26).
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