22/07/2016 16h15
Durante reunião na manhã desta sexta-feira (22), representantes do Sintiespav-MS revelaram-se preocupados com a situação dos trabalhadores, mas afirmaram que não podem culpar as empresas por não haver vagas o suficiente
Ricardo Ojeda e Daniela Silis
Na manhã desta sexta-feira (22), representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada do Bolsão Sul-mato-grossense (Sintiespav-MS) estiveram na sede do Perfil News para falar sobre a situação dos trabalhadores que estão migrando para Três Lagoas em busca de oportunidade de trabalho.
A grave crise econômica que deixou cerca de 12 milhões de brasileiros desempregados, muitos chegam à cidade de Três Lagoas com esperanças de conseguir um emprego, porém não é isso o que acontece.
Tumultos são registrados todos os dias em frente ao Ciat (Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador), o que fez até mesmo com que a gerente do órgão, Fátima Montanha, ameaçasse fechar o local por tempo indeterminado até que a segurança seja resolvida. A Prefeitura Municipal de Três Lagoas precisou ceder servidores do setor de Trânsito, que estavam parados por falta de uniforme, para organizar uma fila em frente ao local e, com isso, impedir que os tumultos continuassem.
Foi devido a esta situação que os diretores do Sindicato, Ademir Oliveira Vilhalva, José Cleonildo Dias, e o Assessor Jurídico, João Afonso Petenatti, estiveram no escritório do Perfil News na manhã desta sexta. Segundo Cleonildo, o movimento de trabalhadores que permanecem em frente ao Ciat impede que outras pessoas também sejam beneficiadas pelo serviço. “Então a gente tem que respeitar o direito de ir e vir também dos outros trabalhadores”, reforçou Dias.
TUMULTOS
Movidos por falsas notícias e por golpistas, trabalhadores de outras regiões do País chegam ao município de Três Lagoas em busca de um emprego, porém as vagas oferecidas não são o suficiente nem mesmo para atender a demanda de desemprego no município. Já foram publicadas diversas matérias pelo Perfil News mostrando a situação desses trabalhadores que, para reivindicar as vagas, acampam em frente ao Ciat forçando uma “reserva” de vagas.
Este mesmo grupo de trabalhadores já se manifestou em frente à Prefeitura e estavam programando fechar a entrada da Fibria, empresa do setor de celulose que está em expansão. “Nós não podemos culpar ninguém pelo trabalhador querer exercer o seu direito de vir à Três Lagoas, mas também não podemos responsabilizar ninguém se ele veio e não conseguiu realizar aquilo que é o sonho dele. Então ele tem que ter um pouco de paciência para ele conseguir alcançar o sonho dele”, argumentou Dias.
SOLUÇÃO
Segundo João Afonso Petenatti, assessor jurídico do Sintiespav-MS, a prefeitura já ofereceu ônibus a esses trabalhadores para que eles voltassem às cidades de onde eles vieram, porém a proposta foi recusada. Eles veem para Três Lagoas como a única forma de conseguirem um emprego, portanto, mesmo vivendo nestas condições, preferem ficar no município.
Para tentar resolver este problema o sindicato já marcou uma reunião com as empresas responsáveis pela contratação de trabalhadores para atuar na construção civil da obra da Fibria e espera pela resposta. Também será agendada uma reunião com os trabalhadores para orientá-los.
De acordo com Cleonildo, o Sintiespav é contra qualquer radicalização por parte do movimento dos trabalhadores que ameaçaram fazer protesto em frente à entrada da Fibria. “Isso atrapalha os companheiros que estão trabalhando. Além disso, não podemos obrigar a empresa fazer contratação”.
Na entrevista, foi cogitada a possibilidade de algumas pessoas estarem insuflando o movimento para criar instabilidade.
