18/07/2018 11h04
O Perfil News esteve em Bataguassu conversando com as pessoas que fizeram parte da luta pelas indenizações desde a instalação da hidrelétrica construída pela Cesp
Gisele Berto e Ricardo Ojeda
Desde a implantação da Usina Hidrelétrica de Porto Primavera (atual Sérgio Motta) diversas obras já foram feitas com recursos conseguidos pela união dos municípios atingidos. Avenidas, rodovias e outras obras só foram conseguidas depois de muita luta.
Como a história sempre é melhor contada por quem a viveu, o Perfil News visitou Bataguassu, um dos municípios afetados pela construção da Usina e onde nasceu a Unipar – União dos Municípios do Alto Paraná, em 1997.
Conversamos com o prefeito de Bataguassu na época da instalação da Usina, Antonio Machado de Souza, que nos relembrou momentos-chave da luta para que os municípios recebessem as compensações pelos danos e impactos ambientais e econômicos causados pela implantação da Usina.
Confira abaixo a entrevista de Ricardo Ojeda com o ex-prefeito de Bataguassu.
Hoje, 20 anos depois da conclusão da primeira etapa da construção da Usina, o Ministério Público Estadual conseguiu a liberação dos R$ 700 milhões em verbas indenizatórias, que serão divididas entre o Governo do Estado e os Municípios atingidos.
Confira a entrevista com o prefeito de Bataguassu, Pedro Arley Caravina
O atual prefeito de Bataguassu, Pedro Arlei Caravina, continuando o legado de Machado, também encabeçou as negociações, como presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de MS). E ele explicou como foram esses últimos dias de negociação que deram encerramento ao acordo, e como o dinheiro será aplicado na cidade.
UMA HISTÓRIA DE 20 ANOS
O diretor do Perfil News, jornalista Ricardo Ojeda acompanhou e registrou desde a formação da Unipar – União dos Municípios do Alto Paraná até a celebração dos primeiros acordos celebrados com a Cesp no tocante às indenizações dos municípios impactados direta e indiretamente pela construção da Usina de Porto Primavera, bem como a formação do reservatório que se formou no Rio Paraná, em decorrência do represamento do rio que formou a bacia de inundação.
Municípios como Anaurilândia, Bataguassu e Santa Rita do Pardo perderam grandes aéreas devido a inundação, como mostram as fotos abaixo. Por conta disso, imensas jazidas de argilas ficaram submersas comprometendo a atividade oleira de vários municípios.
O acordo celebrado entre o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, municípios impactados e a Cesp resultou em uma indenização no valor de R$ 700 milhões, divididos da seguinte forma: Três Lagoas (R$ 15,8 milhões), Anaurilândia (R$ 130 milhões), Bataguassu (R$ 61 milhões), Brasilândia (R$ 15,8 milhões), Santa Rita do Pardo (R$ 39 milhões) e Batayporã (R$ 7,9 milhões), enquanto o restante da soma será repassado ao Estado.
Frisa-se a importância do trabalho do represente do Ministério Público de Bataguassu, Dr Edval Goulart Quirino, que na época da Unipar foi designado pelo então Procurador Geral do Estado, dr Fadel Talles Yunes para representar o MP junto à Unipar nas tratativas com a Cesp
Confira um pouco dessa história em imagens resgistradas pelo jornalista Ricardo Ojeda