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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Acidente da Chapecoense, 1 ano depois: veja perguntas e respostas sobre a tragédia

29/11/2017 07h40

MPF suspeita que verdadeiros donos do avião que caiu sejam venezuelanos. Por ora, três países estão envolvidos nas investigações.

Redação

Um ano depois da tragédia da Chapecoense, que deixou 71 mortos e seis feridos no dia 29 de novembro de 2016 na Colômbia, a investigação sobre a responsabilidade da queda do avião ainda está em tramitação. Os governos da Colômbia, Bolívia e Brasil estão envolvidos nos processos investigativos.

Áudios divulgados por um jornal boliviano reiteram a informação divulgada pelo G1 em novembro que a aeronave que caiu, da LaMia, pode ter donos venezuelanos. Com isso, o governo da Venezuela também pode se envolver no caso.

O acidente

O avião partiu na noite de 28 de novembro de 2016 de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, com destino a Medellín, na Colômbia, onde a Chapecoense iria disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional. O jogo estava marcado para o dia 30 de novembro.

A aeronave caiu a poucos quilômetros da cidade colombiana, à 1h15 (horário de Brasília) de 29 de novembro de 2016.

Veja perguntas e respostas sobre a investigação

Quem é o dono da aeronave que caiu?

No papel, a LaMia pertence a Miguel Quiroga, que era o piloto do avião e morreu no acidente, e a Marco Antonio Rocha, que está foragido.

Entretanto, documentos apontam que a negociação do fretamento da aeronave com a Chapecoense teve a participação da venezuelana Loredana Albacete Di Bartolomé.

Ela e o pai, o ex-senador venezuelano Ricardo Alberto Albacete Vidal, são suspeitos de serem os verdadeiros donos da LaMia. O G1 não conseguiu contato com os Albacete.

Por que a aeronave caiu?

Relatório preliminar divulgado pela autoridade de aviação civil colombiana apontou que a aeronave estava sem combustível.

Quem autorizou o voo?

A assinatura que está no carimbo do plano de voo da companhia LaMia, que levou o time da Chapecoense até Medellín, é da ex-funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares de Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) Célia Castedo.

No entanto, ela fez cinco observações questionando o documento. Entre elas, o fato de o tempo de voo ser idêntico ao da autonomia da aeronave, ou seja, sem margem de segurança.

Em áudios, Alex Quispe, despachante da empresa aérea Lamia, disse à Célia: “Faremos [o voo] em menos tempo, não se preocupe”. Assim, o voo foi autorizado. Quispe morreu no acidente.

Alguém foi preso?

O governo boliviano responsabilizou quatro pessoas pelo caso. O diretor-geral da LaMia, Gustavo Vargas Gamboa, acusado por diversos crimes, entre eles o de homicídio culposo, foi preso em 2016.

O filho dele, Gustavo Vargas Villegas, diretor de Registro Aeronáutico Nacional da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), também foi preso por autorizar em 2014 a importação e matrícula provisória do avião da companhia aérea.

O diretor de Operações de LaMia, Marco Antonio Rocha Venegas, está foragido. Celia Castedo é acusada de homicídio culposo na Bolívia e renovou pedido de refúgio no Brasil na segunda-feira (27). Ela mora em Corumbá (MS).

Alguém foi indenizado?

Não. Apenas foi pago o seguro obrigatório da Chapecoense. A seguradora da LaMia, a boliviana Bisa, se negou a pagar o seguro de US$ 25 milhões porque entendeu que o piloto e dono da empresa deliberadamente voou sem combustível, colocando em risco a segurança da aeronave e dos passageiros.

A Bisa se propôs a dar US$ 200 mil para cada família de passageiro, por “razões humanitárias”, desde que os familiares desistam de processar pessoas ligadas à LaMia. Esse valor não foi aceito até o momento.

O G1 recapitula em um infográfico as principais pessoas suspeitas de envolvimento no acidente. Confira:

71 pessoas morreram após avião da LaMia cair perto de Medellín, na Colômbia (Foto: Fredy Builes/Reuters)

Acidente aéreo ocorreu em 29 de novembro de 2016 (Foto: Arte/G1)

Em dezembro de 2016, Arena Condá recebeu enterro coletivo de 50 vítimas (Foto: Ricardo Moraes / Reuters)

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