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terça-feira, 16 de abril de 2024

Asperbras e Hidrelétrica: um novo impulso industrial com potencial energético para Água Clara crescer



19/03/2015 10h35 – Atualizado em 19/03/2015 10h35

A certeza de que a política fiscal empregada, junto com o apoiamento devido do governo estadual, serão fatores determinantes para projetar ainda mais o desenvolvimento do Município faz da administração Silas José uma gestão empreendedora, dinâmica e futurista

Léo Lima e Ricardo Ojeda

“Sou amigo pessoal do governador Reinaldo. E com ele no comando do Estado, muda e muito para os municípios carentes de mais obras, como Água Clara”. A frase é do prefeito Silas José ao afirmar que tem bom trânsito na governadoria para conseguir melhorias para a cidade. Ele, que obteve apoio do governo anterior para atrair indústrias, como, por exemplo, a isenção de 95% de impostos para a instalação da Asperbras, diz acreditar que, na gestão atual, muitos outros investimentos poderão aportar o Município.

“Outras [indústrias] virão; com Reinaldo, os incentivos serão extremamente importantes para a vinda delas”, conclui, projetando: “seremos o primeiro polo moveleiro do Brasil”.

Para garantir a vinda da Asperbras para Água Clara, segundo Silas, a Prefeitura investiu na compra de 20 alqueires de terras para a construção da fábrica, além de ter realizado serviços de terraplanagem, entre outros serviços visando facilitar a instalação da primeira indústria de MDF (Medium Density Fiberboard – Fibra de Média Densidade), um produto ideal para a fabricação de móveis, decoração, construção, indústria gráfica, automotiva, caixas de som, publicidade, stands, maquetes, etc.

INSTALAÇÃO DA UNIDADE

O Governo do Estado assinou um termo de acordo com o grupo Asperbras – Tecnologia Industrial e Agronegócios – para a construção de uma fábrica de placas de fibra de madeira de média densidade (MDF e MDP) no município deÁgua Clara, com investimentos de R$ 304 milhões. A indústria produzirá 200 mil metros cúbicos de placas a partir de 2017.

O documento, em que o Estado garante incentivos fiscais aos empreendedores, foi assinado pelo governador André Puccinelli e a diretoria do grupo, no começo de abril do ano passado, na governadoria. A prefeitura de Água Clara é parceira no projeto, doando uma área de 500 mil metros quadrados para montagem da indústria, situada às margens da rodovia BR-262, e garantindo isenção tributária municipal.

“No primeiro ano de construção esperamos o emprego de aproximadamente mil pessoas; depois, já em operação, a indústria vai gerar cerca de 200 empregos diretos e outros 200 indiretos, com faturamento de R$ 170 milhões/ano”, assegurou Silas José.

Em uma segunda fase, a Asperbras industrializará painéis de madeiras chamados de MDF. O grupo já investe no Estado nos segmentos de pecuária e eucalipto, entre Água Clara e Naviraí, e tem unidades no Nordeste, Minas Gerais e São Paulo.

“Um evento muito importante para o Município e aumentará ainda mais a auto estima do água-clarense”, observou Silas José.

Confira acima o vídeo divulgado pelo SBT MS sobre o funcionamento da segunda turbina da usina São Domingos

HIDRELÉTRICA E ROYALTIES

“O maior investimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal no Centro Oeste”, avaliou o prefeito de Água Clara, ao falar da ativação da Usina Hidrelétrica São Domingos, de onde o Município é beneficiado com os royalties, como compensação financeira pela utilização dos recursos hídricos para gerar energia elétrica.

No dia 14 de junho de 2013, a Eletrosul colocou em operação comercial a primeira unidade geradora da Usina Hidrelétrica São Domingos, aproveitando o potencial hidrelétrico do rio Verde, nos municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo. O empreendimento conta com duas unidades geradoras com capacidade instalada total de 48 megawatts (MW), suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 550 mil habitantes.

Com investimento na ordem de R$ 485 milhões, a Usina São Domingos é o maior empreendimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Mato Grosso do Sul. Somente em projetos socioambientais, foram investidos cerca de R$ 14 milhões.

Nos próximos 30 anos, os municípios da área de abrangência da usina receberão uma compensação financeira (royalties), no valor de R$ 21,5 milhões, pela utilização dos recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica. O Estado recebe a mesma quantia e a União, R$ 4,7 milhões, totalizando R$ 47,7 milhões. Com o início da operação da usina, a expectativa é de que novos investidores se instalem na região, favorecendo o desenvolvimento socioeconômico das cidades do entorno do empreendimento. Durante as obras, foram gerados aproximadamente 2 mil empregos diretos e indiretos.

CONSTRUÇÃO DA USINA

Com 32 metros de altura, a barragem da usina forma um reservatório com área de aproximadamente 19 quilômetros quadrados e volume de 131 milhões de metros cúbicos. O canal, de 400 metros de comprimento por 6 metros de profundidade, e todo o barramento são revestidos em manta de polietileno de alta densidade (PEAD), dando um aspecto exclusivo à obra.

“Diferente de empreendimentos que utilizam métodos convencionais com concreto ou solo argiloso protegido por rochas, a São Domingos é a primeira usina hidrelétrica do Brasil a adotar essa técnica no barramento, que viabilizou a construção do reservatório em terreno arenoso, característico da região”, detalhou o engenheiro responsável pela obra, André Batistela Ribeiro, na época. O escoamento da energia é feito por uma linha de transmissão (138 kV) de 53 quilômetros até a Subestação Água Clara, pertencente à Enersul, conectando a usina ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Reportagem da jornalista Emilia Chacom, do SBT MS enfoca o potencial energético de MS com a operação da usina São Domingos

“Não é bem assim que funciona, mas arrisco dizer que Água Clara é autosuficiente em energia elétrica e estamos vendendo”, colocou Silas, com ponta de humor nas palavras. Entretanto, não está longe de ser verdadeira sua afirmação, quando, para os investimentos aportarem, esse fator é imprescindível. Segundo o prefeito, existe ainda projeto de construção de mais três PCHs (Pequenas Centrais Elétricas), aumentando ainda mais o potencial energético.

Com a construção da barragem, outro atrativo surgiu: a formação de um grande lago, cuja visitação ainda está impedida devido à inexistência de acesso. “Precisamos facilitar o acesso ao lago da usina; um lugar muito bonito e que, certamente, proporcionará momentos de lazer aos visitantes”, salientou o prefeito.

MADEIREIRAS E MÃO DE OBRA

Um certo recalque Silas José não consegue esconder e é motivo de chateação para ele, até. Grande parte dos empregados das madeireiras acompanharam os patrões, que se mudaram para a vizinha Ribas do Rio Pardo. “Praticamente, não temos desempregados em Água Clara, falta é mão de obra. Mas, estamos cuidando disso, aproveitando o Sistema S (Senai, Sesi, Sesc) para qualificar nossa gente”, afirmou o prefeito.

De acordo com Silas José, existiam na cidade cerca de 45 madeireiras, que aproveitavam o maciço florestal do Município, formado principalmente por árvores da espécie Pinus. Na época, inclusive, a economia de Água Clara se baseava fundamentalmente no plantio e extração de madeiras, além do plantio de soja e na pecuária. Tais fatos atraíram muitos investimentos nas décadas de 80, 90.

O reflorestamento da região está em plena atividade e Água Clara, assim como Ribas do Rio Pardo, que vai ter uma indústria de celulose, tem mais essa fonte de receita, via recolhimento de impostos devidos.


Com investimentos na construção da fábrica da Aperbrás e a entrada de operação da usina São Domingos, Água Clara impulsiona seu desenvolvimento aumentando a qualidade de vida e a auto-estima da população (Foto: Sayuri Baez)

O prefeito Silas José concedeu entrevista ao Perfil News elencando várias ações administrativas que estão em curso nesse ano, salientando também o apoio do governador Reinaldo Azambuja (Foto: Patrícia Miranda)

No foto dá para observar o painel com a maquete da fábrica da Asperbras que será construída em Água Clara nas proximidades do trevo da BR 262 (Foto: Ricardo Ojeda)

Painel instalado nas proximidades do trevo às margens da BR 262, na saída para Três Lagoas anunciando a construção da fábrica da Asperbrás (Foto: Ricardo Ojeda)

Imagem aérea do local de 500 mil metros quadrados, adquiridos com recursos da prefeitura para montagem da indústria (Foto: Sayuri Baez)

Com a ativação da Usina Hidrelétrica São Domingos o município foi beneficiado com os royalties, além de ganhar um grande potencial turístico com a formação do grande lado (Foto: Divulgação)

Asperbras e Hidrelétrica: um novo impulso industrial com potencial energético para Água Clara crescer

Durante a construção da usina a geração de empregos ampliou as oportunidades de trabalho para os moradores de Água Clara (Foto: Divulgação)

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