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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Auxiliadora quer R$ 30 mil para que acadêmicos de medicina estagiem na unidade

14/11/2017 16h21

Acusação partiu dos alunos e vereadores. Houve protesto durante a sessão da Câmara nesta terça

Lucas Gustavo

Cerca de 250 acadêmicos do curso de medicina, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), de Três Lagoas, protestaram, na manhã desta terça-feira (14), na Câmara Municipal. Com cartazes, jalecos e até nariz de palhaço, os alunos pediram o apoio dos vereadores em busca de um local para estagiarem. O grupo espera, há pelo menos dois anos, que o hospital Nossa Senhor Auxiliadora ‘abra as portas’ para as aulas práticas, mas existe resistência por parte da unidade.

Informações dos acadêmicos e até dos próprios vereadores, repassadas ao Perfil News, dão conta que o Auxiliadora pede R$ 30 mil à UFMS para celebrar o convênio de estágio e internato dos estudantes. O valor, conforme as fontes, deveria ser pago mensalmente.

VÍNCULO

Conforme a aluna Elaine Garcez, que lamenta a atitude o hospital, caso não haja acordo entre as duas instituições, os acadêmicos deverão estagiar em Campo Grande ou Paranaíba.

‘’Sem internato não tem formatura, e sem formatura não tem médico. O hospital só tem a ganhar com o convênio. Nós alunos temos um vínculo muito grande com a população local; o benefício seria para todos’’, defendeu Elaine.

De acordo com Antônio Neto e Leonardo Matsumoto, também estudantes de medicina, desde o início do curso em Três Lagoas, em 2014, o planejamento de aulas práticas seria no Hospital Regional. Houve atraso na obra, que começou apenas em março deste ano.

Por conta do imprevisto, os professores do curso passaram a negociar com o Auxiliadora. Segundo os alunos, houve tentativa de acordo com pelo menos três diretores da unidade, mas por conta das exigências do hospital, a tratativa não foi firmada.

OPORTUNISMO

À reportagem, o vereador Sargento Rodrigues definiu a situação como preocupante. Ele explicou que, na semana passada, se dirigiu até a UFMS, acompanhado de seu companheiro de Casa, Marcos Bazé, para tratarem do assunto.

‘’Se o Auxiliadora não abrir as portas, corremos o risco de perdermos o curso de medicina. O que o hospital está fazendo neste momento é oportunismo; querem cobrar para abrir estágio; querem aproveitar do momento’’, desabafou Rodrigues.

OUTRO LADO

O Perfil News enviou e-mail ao hospital Nossa Senhora Auxiliadora solicitando uma nota de esclarecimento sobre o caso. Na resposta, o assessor de imprensa da unidade, Adriano Vialle, pediu que a reportagem ligasse para ele.

Por telefone, Adriano resumiu que o Auxiliadora busca uma solução para o impasse. Segundo ele, no momento, o hospital não está apto para receber os alunos, pois necessita de uma autorização do Ministério da Educação.

Ainda de acordo com Vialle, a unidade também precisa de recursos financeiros do Ministério da Saúde, por meio do SUS, para as aulas práticas dos acadêmicos.

‘’É uma tratativa delicada; não se trata de algo de uma hora pra outra. O Auxiliadora não é um hospital escola. Precisamos de apoio financeiro sim. Estamos buscando soluções em Brasília por intermédio dos senadores Eduardo Rocha e Simone Tebet’’, disse o assessor.

Em relação a cobrança dos R$ 30 mil citados pelos alunos e vereadores, Adriano afirmou que desconhece a informação.


Estudantes de medicina protestaram na Câmara de Três Lagoas. (Fotos: Ricardo Ojeda/ Perfil News).


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