24.2 C
Três Lagoas
sexta-feira, 19 de abril de 2024

Diretor da Galvão revela novo pagamento de propina e Petrobras baixa norma para controlar executivos

25/11/2014 09h58 – Atualizado em 25/11/2014 09h58

A comunicação entre os executivos da Petrobrás estão monitoradas, como uma invasão de privacidade, enquanto novos indícios de corrupção vão aparecendo

Assessoria

As investigações avançam, mais nomes aparecem e nesse caminho alguns novos erros vão se somando aos antigos. Uma das novidades é que o diretor industrial da Galvão Engenharia, Erton Fonseca, admitiu que as propinas pagas pela empresa também se estenderam à área de serviços, que era comandada pelo ex-diretor Renato Duque, também preso em Curitiba. Segundo Erton, foram R$ 5 milhões, pagos a Shinko Nakandakari, que se apresentava como representante da diretoria de serviços da Petrobrás.

Outra novidade, que cai na conta de erros da própria estatal, é uma norma que passou a vigorar internamente. Agora, nenhum diretor ou gerente executivo pode apagar e-mails, SMS ou mensagens de Whatsapp referentes à Petrobrás. É uma invasão à privacidade dos funcionários, que, mesmo sem acusações diretas, passaram a ser vistos como suspeitos. Ao invés de se separar o joio do trigo, a ordem coloca todos na escala de joio, ferindo muito os profissionais corretos e com longos anos de dedicação à empresa. A medida já é vista como um ato de assédio moral e está sujeita a gerar processos na justiça.

EXTORSÕES

Quanto à segunda fase do depoimento de Erton, que vem à tona agora, ela se complementa ao seu primeiro relato, em que já havia confirmado ter pago cerca de R$ 4 milhões a empresas do doleiro Alberto Youssef, dizendo ter sido extorquido, com pressões iniciais feitas pelo então deputado federal José Janene, do PP, que morreu em 2010, e posteriormente por Youssef e pelo ex-diretor de abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

Nesta segunda fase do depoimento, Erton disse também que Shinko trabalhava em parceria com o ex-gerente executivo da área de serviços da Petrobrás Pedro Barusco, que já assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público e se comprometeu a devolver US$ 100 milhões aos cofres nacionais.

PROPINA TRATADA

O diretor da Galvão contou à Polícia Federal que foi procurado por Shinko, que afirmou ser preciso pagar a ele para que a empresa conseguisse contratos na estatal. Além disso, Erton disse ter tido uma reunião com Barusco para tratar da propina, tendo sido orientado a pagar entre 0,5% e 1% de cada contrato.

Nos cálculos dos investigadores, a Galvão conseguiu contratos da Petrobrás somados em R$ 3,47 bilhões, entre 2010 e 2014, além de outros R$ 4,1 bilhões por meio de consórcios, entre 2007 e 2012.

(*) Com Agência Petronotícias

O diretor da Galvão contou à Polícia Federal que foi procurado por Shinko, que afirmou ser preciso pagar a ele para que a empresa conseguisse contratos na estatal (Foto: Petronotícias)

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.