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sexta-feira, 29 de março de 2024

Indústria de celulose pede mudanças em papel do Estado a candidatos

17/08/2018 15h34

Redação

Com faturamento de mais de R$ 71 bilhões em 2017, o equivalente a 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) industrial brasileiro, a indústria brasileira de papel e celulose e pisos e painéis de madeira, decidiu participar ativamente do debate eleitoral em curso.

Nos próximos dias, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), entidade que reúne 62 empresas e associações estaduais da cadeia produtiva de árvores plantadas, encaminhará uma carta aos candidatos à Presidência da República na qual defende uma profunda reestruturação do papel do Estado e suas atribuições.

“Não se trata de um documento setorial específico. A proposta é que o Brasil seja um país mais competitivo”, explica o diretor industrial da Ibá, Carlos Eduardo Mariotti. A indústria, que se prepara para investir mais R$ 14 bilhões até 2020, aborda mais de dez pontos de defesa, cujo objetivo é tirar o país da paralisia desencadeada pela corrupção, que contribuiu para o desemprego e congelou investimentos.

Ética e transparência, equilíbrio das contas públicas, eficiência no setor público, protagonismo do Brasil na conservação do meio ambiente e fim de benefícios “setoriais, seletivos e desiguais” estão entre as reivindicações. Pleitos antigos, como melhoria de infraestrutura logística e dos custos, a desburocratização e a execução de reformas estruturais, também aparecem no texto.

“Decidimos participar ativamente nesta eleição, suportando a sociedade e os políticos que queiram estabelecer políticas de longo prazo voltadas para um novo projeto de país, mais justo, que dê melhores condições de desenvolvimento, mais igualitário e condizente com o papel a ser desenvolvido por uma das maiores economias do mundo”, diz um trecho do documento.

A Ibá promete ainda cobrar dos próximos governantes o compromisso com a transparência, o equilíbrio das contas e a promoção da igualdade por meio da educação e saúde de qualidade.

Em outra frente, a entidade está apoiando as iniciativas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) contra o tabelamento do frete.

Conforme Mariotti, a associação é parte interessada (amicus curiae) nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) iniciadas pelas confederações contra a medida provisória (MP) 832, que instituiu a política do preço mínimo do frete rodoviário de cargas. “Para a Ibá, o tabelamento do frete é inconstitucional”, comentou.

Os diferentes segmentos da indústria brasileira de base florestal vêm exibindo resultados bastante diferentes desde o início da crise econômica. Enquanto o negócio de celulose se beneficia dos preços internacionais em alta e, mais recentemente, da desvalorização cambial — uma vez que a maior parte da matéria-prima produzida no país é exportada –, os segmentos de papel e painéis enfrentam, em linhas gerais, encolhimento do mercado interno e vendas externas ainda incapazes de compensar o mau desempenho da economia doméstica.

“O Brasil precisa abrir novos mercados e isso virá com ganho de competitividade”, afirmou Mariotti. Na celulose, acrescentou o diretor, apesar das vantagens naturais oferecidas pelo Brasil e daquelas decorrentes da tecnologia desenvolvida pelos produtores, as companhias estão ininterruptamente olhando para a linha de custos.

Dos R$ 14 bilhões em investimentos previstos pela indústria entre 2017 e 2020, há desembolsos em operações florestais (incluindo tecnologia e inovação), 2,7 milhões de toneladas adicionais de celulose, 870 mil toneladas adicionais de papel e mais 2,3 milhões de metros cúbicos de painéis de madeira.

(*) Valor Econômico

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