08/04/2015 16h21 – Atualizado em 08/04/2015 16h21
O deputado federal Bolsonaro gravou o momento em que o colega parlamentar Jean Wyllys se levantou, logo após ser interpelado pelo político a dar passagem para que ele pudesse sentar-se ao seu lado
Da redação
O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) acusou Jean Wyllys (PSOL-RJ) de “heterofobia”, após seu colega na Câmara ter se recusado a ficar sentado na poltrona ao lado em um voo que partiu ontem (07) do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino a Brasília.
Bolsonaro gravou o momento em que Jean Wyllys se levantou, logo após ser interpelado pelo político a dar passagem para que ele pudesse sentar-se ao seu lado (Veja o vídeo).
No Facebook, onde postou o vídeo do momento, Bolsonaro disse que a atitude de Wyllys foi uma clara demonstração de “intolerância, preconceito, discriminação e heterofobia”.
“Se fosse eu quem tivesse praticado tal atitude, pelo PLC 122/2006 (Senado), que criminaliza a homofobia, estaria sujeito à pena de 1 a 3 anos de reclusão, além da perda do mandato e o fato seria noticiado pela maioria dos telejornais”, escreveu Bolsonaro.
Conhecido pelas suas declarações polêmicas, com as quais já ofendeu homossexuais e mulheres, além de louvar a ditadura militar, Bolsonaro teve a postagem rebatida também no Facebook por Jean Wyllys.
O deputado, que é homossexual e luta pelos direitos da comunidade LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), lembrou o caso da escritora Pagu, presa durante a ditadura Vargas, para explicar por que não ficou ao lado de Bolsonaro.
Ele afirmou que a escritora e jornalista, enquanto estava presa, se recusou a cumprimentar Ademar de Barros, dizendo que “não daria a mão a carrascos nem a interventores”.
“Tenho, em Pagu, uma das minhas referências. Escroques que defendem e estimulam a tortura (crime de lesa-humanidade!); que apoiam regimes autoritários e fascistas; que fazem apologia ao estupro de mulheres; que desrespeitam as famílias de pessoas mortas sob torturas em masmorras de ditaduras; que lamentam que intelectuais de esquerda não tenham sido metralhados; que defendem a violência contra crianças e adolescentes; que aplaudem a degola de presidiários; que estimulam a homofobia e outras violências contra homossexuais; e que financiam, com dinheiro público, sórdidas campanhas difamatórias contra adversários políticos, recorrendo à calúnia não merecem que lhes estendamos a mão nem que sentemos ao seu lado onde quer que seja”, escreveu Wyllys.
(*) Band