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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Docentes da UFMS rejeitam contraproposta do governo federal e a greve continua

03/07/2015 09h00 – Atualizado em 03/07/2015 09h00

Docentes da UFMS rejeitam contraproposta do governo federal e a greve continua

O movimento paredista da docência da UFMS continua em greve por tempo indeterminado.

Assessoria

Majoritariamente, os/as docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) seguiram o posicionamento do Comando Nacional de Greve (CNG) e recusaram a contraproposta do governo federal de reajuste de 21,3% fracionado em quatro vezes – 2016, 2017, 2018 e 2019 –, inferior aos 27,3% reivindicados para janeiro do próximo ano, sem parcelamento. A decisão foi tomada em Assembleia realizada na quarta-feira 1º.

O movimento paredista da docência da UFMS continua em greve por tempo indeterminado. Diante do que foi apresentado pelo secretário de Relações de Trabalho no Serviço Público, vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Sérgio Mendonça, restou a indignação. “É indecorosa essa proposta!”, manifestou o professor Fábio Henrique Viduani Martinez.

A vice-presidenta da ADUFMS-Sindicato, professora Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, reforçou o protesto de Viduani. “Não podemos cair nessa esparrela de aceitar parcelamento até 2019.”
O próprio governo federal reconhece o quadro de arrocho instaurado, que prejudica trabalhadores e trabalhadoras. “O país atravessa uma conjuntura de restrição fiscal, com as taxas de desemprego subindo e o salário real em queda”, descreveu o MPOG na “Proposta de reajuste para os servidores públicos federais”. Reconhece no discurso, mas não na prática.

Enquanto isso, o Senado Federal aprova elevação dos vencimentos nas carreiras de funcionárias/os do Poder Judiciário que pode chegar a 78% e o governo federal, segundo análise de Maria Lucia Fattorelli e Rodrigo Ávila, respectivamente coordenadora e economista da Auditoria Cidadã da Dívida, consumiu “R$ 978 bilhões com juros e amortizações da dívida pública, o que representou 45,11% de todo o orçamento efetivamente executado” em 2014: R$ 2,168 trilhões.

Além de desvinculado das demais reivindicações do Magistério Superior Federal e da falta de equidade nos vencimentos entre as categorias dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – as professoras e os professores avaliaram que o percentual ofertado pelo MPOG não repõe as perdas decorrentes da inflação.

A docência das instituições federais de ensino superior vem amargando defasagem salarial em decorrência de um acordo feito entre a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Proifes-Federação) e o governo central em 2012, que parcelou o reajuste até 2015.

O fato é que a categoria não aceita reajuste abaixo da inflação acumulada, seja de uma só vez, seja em migalhas consumidas pela erosão inflacionária e pelo ajuste fiscal que penaliza trabalhadoras/es.

O presidente da ADUFMS-Sindicato, professor José Carlos da Silva, explicou que a pífia resposta do Executivo Federal (pífia porque, entre outras coisas, se restringe a um ponto da pauta apresentada pelas representações de categorias do serviço público federal) desconsidera, por exemplo, a inflação deste ano, cuja previsão é de que chegue a 9%. “Nossa proposta é um reajuste para repor perdas”.

Nas estimativas dos/das professores/as deve ser incluída a expectativa inflacionária para todo o ano de 2015. Os acordos teriam validade por um ano, fixando-se maio como data-base de negociação.
Só reajuste não basta. É preciso que o governo federal considere outros pontos da demanda do Magistério Superior Federal. Entre eles, a reestruturação da profissão é essencial. “Nossa carreira está desestruturada”, reafirmou o professor José Carlos.

Para além das reivindicações específicas de salários, carreira, paridade, valorização salarial entre ativos/as e aposentados/as, os/as docentes apresentam pauta que envolve questões amplas, de interesse social, contra a retirada de direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores, contra o corte de verbas para a educação, em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade, contra a contratação de docentes via organizações e via terceirização, contra a imposição de resoluções, normas e condutas na UFMS, em defesa das políticas de assistência estudantil e de melhores condições de trabalho.

(*) ADUFMS

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