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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Grupo trocava grama por capim em rodovias para desviar verba, diz CGU

24/05/2016 09h31 – Atualizado em 24/05/2016 09h31

Falcatrua foi descoberta na investigação da operação Lama Asfáltica em MS, todos os investigados negam as acusações

Da redação

Mais detalhes foram revelados sobre o esquema dos investigados na Operação Lama Asfáltica, o MSTV 2ª Edição divulgou nesta terça-feira um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revela que os acusados tramaram para receber por serviços não executados em Mato Grosso do Sul. A grama que deveria ser plantada ao longo de três rodovias era substituída por capim. Todos os investigados negam as acusações.

Um dos alvos da fiscalização foi a rodovia MS-040. Os auditores encontraram várias irregularidades. Segundo as investigações da operação Lama Asfáltica, um serviço que quase ninguém nota quando passa por uma rodovia era parte importante desse esquema de desvio de dinheiro.

Os contratos das estradas previam plantação de grama às margens das rodovias investigadas. Só esse serviço representava entre 15% e 20% do total da obra. Mas, na prática, isso não acontecia. Na MS-040, não tem um centímetro de grama, só capim.

A CGU encontrou o mesmo problema nos dois trechos analisados. O prejuízo aos cofres públicos é calculado em R$ 3 milhões em cada um. Ao todo, a Proteco foi contratada para fazer dez trechos.

OUTRAS IRREGULARIDADES

A Proteco Engenharia foi contratada para dar manutenção em um trecho de 186 quilômetros já pavimentados. Só que o único trecho que realmente precisava de conserto tinha 17 quilômetros. A maior parte, 91%, era de asfalto novo. Por contrato, o trecho ainda estava na garantia da própria Proteco, que realizou a obra. Isso quer dizer que, mesmo se fosse necessário dar manutenção, a responsabilidade já seria dela, que teria que fazer sem cobrar.

Ao mesmo tempo, a Proteco também foi contratada pra dar manutenção em um trecho de 105 quilômetros não-pavimentados da mesma rodovia. Só que a empresa não precisou mover uma máquina até o local. Do trecho citado, 64 quilômetros estavam sendo asfaltados pela própria Proteco e outros 41 quilômetros restantes já tinham asfalto pronto, também feito por ela.

De acordo com a análise da CGU, a empreiteira de João Amorim recebeu por três serviços e fez só um. Todos os contratos analisados somam quase R$ 50 milhões. Tudo vistoriado pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), sob ordens do ex-secretário estadual de Obras Edson Giroto. As falsas vistorias, assinadas pelos fiscais, davam autorização para que os pagamentos fossem feitos.

(*) G1/MS

Tudo era vistoriado pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), sob ordens do ex-secretário estadual de Obras Edson Giroto, que está preso.(Foto: G1)

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