28/01/2015 18h14 – Atualizado em 28/01/2015 18h14
Quadrilha de estelionatários vai continuar presa na 1ª DP de Três Lagoas; líder dos golpistas já tinha 20 “BOs” registrado contra ela
Léo Lima e Ricardo Ojeda
A “empresária” do setor financeiro Luciana Oliveira Sobrinho, 32 anos, que foi presa em Três Lagoas já tinha contra ela 20 boletins de ocorrências, registrados por vítimas, segundo apurou a delegada Ana Paula Medina, titular da DECO (Delegacia de Combate ao Crime Organizado), durante as investigações que culminaram na deflagração da Operação Stellium 21, na manhã desta quarta-feira (28). Ela foi presa junto com outros cinco integrantes da quadrilha, chefiada por Luciana, e foi apresentada agora à tarde na sede do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Três Lagoas.
De acordo com a delegada Medina, ainda não se tem certeza do volume total dos golpes, mas a princípio foi apurado que pelo menos R$ 500 mil já foram arrecadados pela quadrilha. “Com conhecimento da área, já que trabalha com uma financeira [CRED Mais] que ela própria abriu em Três Lagoas, a mentora [Luciana] tinha cadastro volumoso de clientes, geralmente servidores públicos estaduais aposentados e se valia disso”, observou a delegada.
Medina adiantou também que, além de Três Lagoas, Luciana e seu grupo atuava em diversos municípios de Mato Grosso do Sul, a exemplo de Paranaíba, Aparecida do Taboado, Campo Grande e nos estados de Goiás e São Paulo (Araçatuba, por exemplo). “Ela comprava documentos falsos no Paraguai, de um camelô, e aproveitava para aplicar os golpes nos clientes”, afirmou. Inclusive, dinheiro falso. O delegado Thiago Passos, do SIG, também participante da coletiva, disse que dos seis mandados de prisão dois foram flagrantes por notas falsas de Reais.
MODUS OPERANDIS
A quadrilha, conforme os delegados que comandaram a operação, que teve a participação, além da DECO e do SIG, também do Garras (Grupo Especializado de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e da Delegacia Regional de Polícia de Três Lagoas, era organizada.
Todos chefiados pela Luciana, cada um dos membros tinha uma função, como, por exemplo, aquele responsável pela atração de clientes, levantando possíveis vítimas; outro para usar a documentação falsa, esquentando a papelada. “Ainda estamos levantando a real participação de cada um; as investigações continuam e devemos saber, então, quem era quem na organização criminosa”, enfatiza Medina.
Durante seis meses a DECO acompanhou as ações da quadrilha, conforme informou a delegada Ana Paula. Cinco vítimas já foram ouvidas até agora, mas Medina acredita que mais pessoas vão procurar as delegacias de Polícia para registrar queixa. “Vamos prosseguir o inquérito; já conseguimos da Justiça os mandados de prisão temporária. Eles [quadrilha] vão continuar presos aqui [1ª DP de Três Lagoas], até a conclusão do caso”, concluiu a delegada.
APREENSÕES
Na ação desta quarta-feira, foram apreendidos (e bloqueados no Detran/MS) oito veículos; quatro imóveis foram sequestrados, sendo duas casas, um hotel e uma galeria de lojas em construção. Tais bens podem servir para ressarcir as vítimas.
Eles serão indiciados por formação de quadrilha, falsa ideologia por informações não verdadeiras em documentos. Os veículos, segundo os delegados, estão legais perante o Detran.
A denominação da operação – Stellium 21 -, de acordo com Medina, se refere a versão latina de estelionato e o numeral “é por causa da obsessão da Luciana pelo número, data de seu aniversário”.
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