23.1 C
Três Lagoas
sexta-feira, 26 de abril de 2024

Site diz que Simone pode abandonar carreira política e voltar a dar aulas

21/03/2014 18h26 – Atualizado em 21/03/2014 18h26

Herdeira de homem público respeitado em todo o país, a vice-governadora Simone Tebet, filha do saudoso senador Ramez Tebet, tem neste momento a oportunidade de seguir, literalmente, os passos do pai

Léo Lima

Um site de notícias online com base em Campo Grande, na edição das 12h25 desta sexta-feira (21), postou notícia em que a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) poderá desistir da carreira política e voltar às salas de aula como professora, caso não venha a disputar as eleições deste ano. Ela pode, ao final das negociações principalmente internas no partido, assumir o comando do Estado para que o atual governador André Puccinelli possa sair candidato ao Senado, e no final do ano entregar o governo ao vencedor do pleito na majoritária.

No entanto, o próprio pai de Simone, Ramez Tebet, que também assumiu a vaga deixada por Wilson Martins (que foi candidato vencedor ao Senado), à época governador de Mato Grosso do Sul (na primeira eleição direta para os governos estaduais desde a implantação da ditadura militar), já que era vice, cumpriu o tempo de governo promovendo obras essenciais para o Estado, como a pavimentação asfáltica entre Três Lagoas e Brasilândia, e depois ficou dois anos sem mandato.

Passado esse tempo, Ramez voltou à política se tornando “o senador da República”, conquistando a simpatia da população brasileira quando assumiu a Presidência do Senado e ainda mais quando ocupou a Presidência da República, tendo a chance de dar posse ao então presidente eleito Luis Inácio Lula da Silva, em 1° de janeiro de 2003.

Simone, herdeira direta desse legado político do pai, portanto, tem neste momento de negociações políticas para o pleito deste ano, a chance de, literalmente, suceder os passos de Ramez, assumindo a vaga de Puccinelli (caso este saia candidato ao Senado), ficando um tempo sem cargo público e voltar à cena política como detentora de poder suficiente para chegar ao Senado. Mas, pode também, primeiramente, ao invés de voltar a dar aulas (como teria declarado ao Midiamax) em sua terra natal, concorrer, daqui dois anos, à Prefeitura de Três Lagoas.

REMEMBER RAMEZ

Em 1994 Ramez Tebet foi eleito senador. Destacou-se no Senado brasileiro na presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito – que investigou o Poder Judiciário – e do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. À frente desses cargos, investigou o episódio da quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado em 2001 e o esquema de desvio de verbas da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).

Assim, levou à inédita cassação de um senador – Luís Estêvão, em 2000 – e à renúncia de outros três – Antônio Carlos Magalhães (PFL– BA), Jader Barbalho (PMDB-PA) e José Roberto Arruda (PSDB-DF).

Em junho de 2001, Ramez Tebet foi nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como ministro da Integração Nacional, mas permaneceu no cargo somente três meses. Em setembro de 2001, com a renúncia de Jader Barbalho, um amplo acordo político de emergência resultou na saída de Ramez do ministério para ser eleito presidente do Senado, posição que ocupou até 1º fevereiro de2003, tendo dado no dia 1º de janeiro daquele ano posse ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva

Em 2002, foi reeleito com a maior votação já obtida por um político de Mato Grosso do Sul – mais de setecentos e trinta mil votos. Nessa legislatura, esteve envolvido com temas importantes da agenda política nacional, como a Reforma Tributária. Foi, também, o relator da nova Lei de Falências.

SAUDADES

Em seu velório, no Ginásio de Esportes Cacilda Acre, estiveram presentes Luiz Inácio Lula da Silva; o deputado federal Michel Temer, presidente nacional do PMDB; e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) ; Pedro Simon(PMDB-RS) ; Arthur Virgílio (PSDB-AM); e Delcídio Amaral (PT-MS); além de grande multidão de treslagoenses. Foi enterrado em 18 de novembro de 2006 no cemitério Santo Antônio em sua cidade natal Três Lagoas.

Sua filha Simone se tornou a portadora do legado político do pai. Eleita deputada estadual de Mato Grosso do Sul em 2002, em 2004 deixou a Assembleia para disputar a prefeitura três-lagoense, que nos anos 70 foi administrada pelo pai. Venceu a eleição. Dos quatro filhos de Ramez, a advogada Simone é a única que enveredou pela militância política.

Ainda, um dos afilhados políticos do senador é o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), que começou a militar na política nos anos 70 pelas mãos de Ramez.

Na época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte do senador Ramez Tebet, que faleceu na noite do dia 17 novembro de 2006, aos 70 anos, vítima de câncer.

Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula afirmou que o país perde “um homem que sempre soube honrar o mandato que o povo lhe confiou”. Ressaltou o “equilíbrio, a correção e a permanente busca pelo entendimento” como características que marcaram a vida pública de Tebet, tornando-o “uma pessoa respeitada e querida por todos”. “Sabemos que sua conduta será sempre lembrada como um exemplo ao parlamento brasileiro”.

DEU NO MIDIAMAX

A vice-governadora de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet (PMDB), disse na manhã desta sexta-feira (21) que pode encerrar sua carreira política, caso não dispute as eleições deste ano. A decisão, no entanto, depende de uma definição do governador, André Puccinelli, sobre sua candidatura ao Senado.

Simone reafirmou que liberou o governador de qualquer promessa política feita anteriormente. Segundo ela, Puccinelli está brigando contra a própria vontade – oficialmente ele iria se aposentar da política ao fim de seu atual mandato – e olhando para o grupo político ao qual pertence.

Há três possibilidades para o futuro próximo de Simone na política: ou ela será candidata ao Senado, e esta seria a promessa inicial feita pelo governador; ou sai compondo a chapa, na primeira suplência de Puccinelli na disputa pelo Senado; ou fica fora da disputa e ocupa o cargo de governadora até o fim deste ano.

Confirmada a última hipótese, Simone disse que voltará a dar aulas após deixar o Governo. Ela acha que não terá disposição para novas disputas eleitorais.

“Mas não vamos queimar etapas, agora é a hora de o governador decidir”, ponderou a vice. Ela voltou a dizer que Puccinelli tem peso eleitoral importante para o PMDB, atraindo votos para a chapa do partido. “Meu projeto não é pessoal e nunca foi, vou fazer o que for melhor para nosso grupo”, finalizou Simone.

(*) Com informações de Midiamax e outros sites

Na presença do presidente do Senado, Ramez Tebet, o presidente eleito Luiz Inácio da Silva Lula assina termo de posse na Presidência da República (Foto: Agência Senado)

Ramez e Simone, durante desfile cívico em Três Lagoas; um dos muitos momentos que passaram juntos (Foto: Arquivo)

Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.