16/01/2018 16h02
Senado considera situação das contas públicas pior do que a versão oficial
Redação
O relatório da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) aponta que o ajuste das contas públicas, que está sendo realizado pelo governo Temer, segura o déficit primário bilionário no curto prazo, mas não é suficiente para o controle da dívida pública.
Além disso, se forem descontadas as arrecadações atípicas, temporárias, o resultado das contas públicas é considerado pior do que aquele anunciado pelo governo. Ele sai de R$ 200 bilhões anunciados para R$ 230 bilhões.
“O desajuste é bem maior do que o indicador oficial revela justamente porque tem uma série de coisas atípicas, temporárias, que estão afetando positivamente as contas públicas”, disse o diretor do IFI, Gabriel Leal de Barros.
O destaque nas arrecadações temporárias ficou com a concessão de usinas hidroelétricas como algumas vinculadas à Cemig, royalties de petróleo e gás, e refinanciamento de dívidas tributárias. Pelo lado das despesa, também houve corte de investimento em obras públicas.
O relatório enfatiza que o Orçamento da União de 2018 já se inicia precisando de mais cortes e gerando incertezas.
Na avaliação do diretor da IFI, além da reforma da Previdência, serão necessários outros cortes como pessoal e seguro desemprego para voltar a equilibrar as contas públicas. Ainda assim, o esforço iria demorar entre cinco e seis anos para começar a produzir resultados positivos.
“Por exemplo, o governo tem uma expectativa de arrecadar R$ 12 bilhões com a venda da Eletrobrás. Tem outras medidas. Aquela que tributava os fundos fechados de investimento. Não foi aprovada. O próprio reajuste dos servidores públicos, estimada em R$ 4,4 bilhões foi concedido para janeiro”, analisou Barros.
(*) Correio do Estado