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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Demitidos passam o dia em frente ao Fórum, pressionando pelo recebimento das rescisões contratuais

15/12/2014 21h12 – Atualizado em 15/12/2014 21h12

Cerca de 300 trabalhadores demitidos do Consórcio UFN3 se postaram, desde o começo da manhã de hoje, na frente do Fórum do Trabalho em Três Lagoas, reivindicando recebimento de seus direitos

Léo Lima e Ricardo Ojeda

“Os presos estão melhores do que nós”. A frase desabafo de um dos manifestantes representa bem o que os cerca de 500 trabalhadores demitidos do canteiro de obras da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) da Petrobrás pensam sobre suas próprias situações: sem receber pagamento das rescisões contratuais, não tem como remeter recursos às famílias (a maioria é natural da região nordeste do país) e também retornar para suas origens.

Desde o começo do segundo semestre deste ano, o Consórcio UFN3, contratado pela Petrobrás para construir a Fafen em Três Lagoas, vem descumprindo obrigações trabalhistas com o pessoal demitido. As demissões em massa começaram a acontecer a partir do final de setembro, quando de uma só vez foram dispensados cerca de 1.500 trabalhadores. Depois, aos poucos, as demissões foram se sucedendo. Segundo os manifestantes em frente ao Fórum Trabalhista, ainda restam na cidade aproximadamente 1.500 trabalhadores entre demitidos e na ativa.

Representantes do Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada) estiveram toda esta segunda-feira (15) tentando reunião com a Petrobras e a Justiça do Trabalho. “Os quatro juízes hoje só atenderam esta questão: R$ 50 milhões foram bloqueados do Consórcio e eles disseram que não tem dinheiro para pagar os trabalhadores; agora, vamos até a Petrobrás exigir que honre esse compromisso com os trabalhadores”, colocou o advogado do Sintiespav, João Petenatti que, junto com o procurador do Trabalho Paulo Roberto Aseredo vem lutando para conseguir os direitos dos trabalhadores.

ALIMENTAÇÃO FALHA

A questão da hospedagem e alimentação dos trabalhadores que ainda estão no comodato (alojamento próximo ao canteiro de obras) foi também tratada pelo pessoal do sindicato com a Justiça do Trabalho. “Ficou garantido ao alojamento e alimentação”, observou Petinatti. “Estamos comendo ovo todo dia”, retrucou um trabalhador, que agradeceu a “quentinha” (marmitex) proporcionada hoje pelo Sintiespav.

“Nós queremos ir embora, levar dinheiro para nossas famílias; temos esse direito”, concluiu o trabalhador que se sentiu bem menos assistido que interno de presídio.

Segundo João Petenatti, advogado do Sintiespav, os quatro juízes da Justiça do Trabalho passaram a segunda-feira reunidos para solucionar a questão dos trabalhadores demitidos (Foto: Ricardo Ojeda)

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