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sexta-feira, 29 de março de 2024

Sacoleiros e Internet dão prejuízos ao comércio formal

18/03/2014 16h44 – Atualizado em 18/03/2014 16h44

Presidente da ACITL diz que sacoleiros e compras pela internet dão prejuízos ao comércio

Para Atílio D’Agosto, além dos sacoleiros que trazem mercadorias estrangeiras para serem vendidas no Brasil, a internet, agora, é outra fonte que traz prejuízos ao comércio formal

Léo Lima

“Diminuir ou pouco a irregularidade existente no país; legalizar as compras de mercadorias sem nota [fiscal] no estrangeiro, situação que já vem se registrando há muito tempo”. Este o resumo que o presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas (ACITL), Atílio D’Agosto, em entrevista exclusiva para o Perfil News, fez para apontar o que chama de realidade atual da situação proporcionada pelo governo federal ao facilitar a entrada de mercadoria irregular, senão ilegal, no Brasil.

Tal afirmativa se deu por conta da notícia do trâmite da Lei 12.723/2012, que está no Congresso Nacional e que aumenta a cota das compras de US$ 300 para US$ 500 em oito municípios considerados cidades gêmeas aos de fronteira com a Bolívia e Paraguai. Dentre eles, os mais costumeiramente procurados pelos sacoleiros, Corumbá e Ponta Porã. E esse aumento do poder de compra, anima os comerciantes do Shopping Popular (veja matéria “Cota de compras na fronteira pode aumentar de US$ 300 para US$ 500”).

Para Atílio d’Agosto, “o comelódromo [Shopping Popular] é uma ilegalidade formal”. E ao mesmo tempo em que o governo federal permite a entrada de mercadorias estrangeiras, especialmente dos países asiáticos, fortalece a economia desses países e os ajuda na questão social. “Está [governo federal] fortalecendo o comércio e a indústria de fora em detrimento ao nosso país”, alertou.

D’Agosto avaliou ainda a disparidade que existe no que se refere a carga tributária. “Na China existe uma tributação diferenciada do Brasil; no Paraguai, outra; e aqui, a gente paga os impostos mais caros do mundo, isso sem contar na questão dos encargos sociais”, enfatizou, acrescentando que “sem contar com os gastos com licença dos Bombeiros, Procon, Meio Ambiente, aluguéis mais caros, mão de obra”.

Ele destacou ainda que os produtos de fora são mais baratos que os produzidos e comercializados no Brasil. “O Brasil [governo federal] está enfraquecendo as empresas locais, incentivando a entrada de mercadorias de fora e incentivando o comércio local a trabalhar ilegalmente”, alertou.

FEIRINHA DO BRÁZ

Atílio D’Agosto lembrou que, recentemente, um advento comercial ocorreu em Três Lagoas, atraindo bom número de consumidores, a Feirinha do Bráz, que oferecia produtos, especialmente roupas, a preços mais baratos que as do comércio local.

“A Receita Federal esteve lá, conferiu e apreendeu diversas mercadorias sem procedência ou nota fiscal”, comentou o presidente da ACITL.

INTERNET

O presidente da ACITL se postou preocupado também com um novo canal de atração do consumidor, que invade as casas, facilitando a compra mostrando os produtos com ilustrações e serviços de entrega: a Internet.

Para ele, “o que impactammesmo (no momento) não é nem o sacoleiro que compra mercadorias estrangeiras no Paraguai, mas sim a internet, que cada vez mais tem atraído o público consumidor”.

Disse que não são somente os jovens que utilizam a rede mundial de computadores para suas atividades cotidianas. “Muita gente está comprando pela internet. Até comerciantes compram através da internet”, observou. D’Agosto.

Não sabendo ainda avaliar os prejuízos que o comércio formal tem com esse tipo de concorrência, Atílio concluiu que “tudo vai prejudicando o comerciante, com essas medidas de sustentação ao ilegal e agora com a facilidade de comprar pela internet”.

Para Atílio d’Agosto, “o comelódromo [Shopping Popular] é uma ilegalidade formal” (Foto: Léo Lima)

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