23/10/2014 08h01 – Atualizado em 23/10/2014 08h01
Venda de materiais de construção sofre queda brusca durante o ano em Três Lagoas
Desde a Copa, a comercialização de materiais para construção vem sofrendo forte recuo
Thairine Bernachi
Em Três Lagoas, a venda de materiais para construção tem caído progressivamente após a Copa do Brasil. Em relação ao ano passado, as lojas sofrem com a “fase ruim”.
Conforme divulgado recentemente pela Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais para Construção), o setor pode vir a fechar o ano com 4% de recuo no faturamento, em relação a 2013.
“Em julho e agosto houve um período de queda nas vendas, tendo uma melhora no mês de setembro, mas não chegou a voltar totalmente”, informou o gerente da Matecsul, Matheus Fontebasso. Ele observa que a procura tende a crescer no final do ano e feriado de finados, quando aumentam as pequenas reformas.
Para Valdecir Claudino, gerente da Casa do Construtor, os números vêm despencando cada vez mais, chegando a atingir até 15% de recuo em Três Lagoas nos últimos três meses. “As vendas caíram muito, tenho amigos em Campo Grande que relatam uma perda de até 30%. A situação está ruim, e nós estamos sentindo bastante”, comenta, explicando que para o setor o cimento é tido como um termômetro para prever a venda de outros materiais. “Quando a procura por cimento é alta significa que as construções irão aumentar. Caso contrário, possivelmente haverá uma queda”, coloca.
ESTABILIZAÇÃO
Na opinião do supervisor de vendas da Bigolin, Izal Gemezini, o motivo se da ao fato de a economia estar estabilizada. “É uma questão mundial; no mundo todo caiu um pouco, a economia não teve um aumento no geral”, esclarece, acrescentando que as vendas na loja se encontram normalizadas. Para ele, “junho e julho foram bem bruscos, mas no restante do ano a Bigolin não sentiu essa queda”.
Entretanto salienta que diferente do comércio que costuma aumentar o faturamento nos meses de dezembro e janeiro, no setor de materiais para construções, a procura tende a diminuir.
“As vendas podem continuar caindo, mas a expectativa é que melhore”, conclui Valdecir.
NO PAÍS
Depois de atingir, em setembro, crescimento de vendas em nível abaixo dos dois meses anteriores, a indústria de materiais de construção voltou a revisar a meta de fechamento do ano, projetando queda de 4% sobre 2013. No mês de agosto, o setor havia alterado a projeção de crescer 2% para 0,5%. Os negócios em setembro superaram em 5,2% os registrados em agosto, já descontada a inflação. No entanto, este percentual foi menor do que os 7,1% apresentados em julho e agosto.
Na comparação anual, setembro foi o sétimo mês seguido de redução no faturamento com queda de 5,7% sobre o mesmo mês do ano passado. Em agosto, o recuo havia atingido 12,4%. No acumulado do ano, o setor vendeu 6,5% menos do que no período de janeiro a setembro de 2013.
Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). O presidente da entidade, Walter Cover, disse que “o crescimento sobre agosto não foi suficiente para recuperar a forte queda das vendas do primeiro semestre. Com apenas um trimestre pela frente, teremos em 2014 uma redução no faturamento real da indústria, quando comparado a 2013. O mercado foi duramente afetado pelo pessimismo em relação à economia, reforçado pela perda de dias úteis em [razão] da Copa e feriados, bem como pelo aumento nas importações.”
O balanço da Abramat mostra ainda que aumentou a contratação de empregados em 2,7% sobre setembro do ano passado. Já na comparação com agosto último foi mantida a estabilidade no nível de emprego.
(*) Com Agência Brasil