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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Pedágios na BR-163 provocarão novas rotas para condutores evitarem gastos

20/08/2014 12h40 – Atualizado em 20/08/2014 12h40

Pedágios na BR-163 provocarão novas rotas para condutores evitarem gastos; opção pode ser as rodovias do Bolsão

Condutores de veículos, especialmente pesados, vão usar novas rotas de trânsito em MS para fugirem do pagamento dos pedágios na BR-163, especialmente nas regiões Norte e Leste do estado; com isso, as vias opcionais sofrerão maior fluxo de tráfego e, consequentemente, danos

Léo Lima e Ricardo Ojeda

O advento da instalação de postos de pedágio ao longo da BR-163, a partir da concessão da rodovia para a exploração com contrapartida de reformas e manutenção, muitos condutores de veículos vão preferir outras opções de trajeto para seguirem a viagem. Com isso, o tráfego em algumas rodovias com acesso à BR-163 sofrerá aumento no fluxo de veículos, complicando a situação da via no que se refere a excesso de peso e condições de trânsito. E não somente as rodovias federais sofrerão com o grande volume de tráfego, como também as estradas estaduais.

Tais colocações foram postas pelo inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) José Ramão Mariano Filho, em entrevista exclusiva ao Perfil News, onde tratou sobre as condições das rodovias que servem Três Lagoas e o Bolsão. Principalmente, a BR-158 e a MS-395, que servem de acesso da região norte de MS e do Cone Sul do estado até Três Lagoas.

A preocupação do inspetor da PRF é com relação também às novas rotas que poderão surgir a partir dos desvios rodoviários que a implantação dos postos de pedágios na BR-163 deverá impor. “Para fugir dos pedágios [na 163] eles [motoristas] buscarão opções de caminho, como por exemplo do Mato Grosso para São Paulo, Paraná, usando rodovias que passam por Alcinópolis, Chapadão do Sul, Paranaíba, Três Lagoas e outras regiões”, mapeou a autoridade policial.

As primeiras praças de pedágio da CCR Vias, concessionária da BR-163, na região centro-norte de Mato Grosso do Sul, já estão em construção. A rodovia é uma das principais do Estado, ligando as regiões norte e sul, passando por 19 municípios ao longo de mais de 800 quilômetros, um dos principais corredores de transporte do Centro-Oeste. Ao todo, serão nove pontos de cobrança, com média de 100 quilômetros entre eles, que cobrarão R$ 4,38 por eixo.

Com a privatização, o motorista que atravessar a rodovia de norte a sul do estado em carro de passeio pagará R$ 41 somando valores dos nove postos de cobrança que serão instalados. Os custos para um caminhão de dois eixos percorrer toda a rodovia no estado é de R$ 82. Os preços sofrerão reajuste anual.

Segundo o presidente da CCR MSVia, Maurício Soares Negrão, o pagamento só vai ser exigido depois da implantação de 10% da extensão total das obras de duplicação. Conforme Negrão, os pedágios devem ser instalados nos seguintes trechos da BR-163: Mundo Novo (R$ 3,50), Itaquiraí/Naviraí (R$ 4,80), Caarapó (R$ 4,80), Rio Brilhante (R$ 4,90), Campo Grande (R$ 5,40), Bandeirantes/Rochedo/Jaraguari (R$ 4,20), São Gabriel/Camapuã (R$ 4,10), Rio Verde (R$ 5,30) e Pedro Gomes/Sonora (R$ 4).

DUPLICAÇÃO DA RODOVIA

O plano da CCR está dividido em quatro etapas, prevendo, no total, 806 quilômetros de duplicação na BR-163 ao custo de R$ 3,4 bilhões. Na primeira etapa, que já começou e deve terminar em meados de 2015, serão duplicados 80,6 quilômetros, chegando a 129 no fim do ano. Nas etapas seguintes, cada uma com período de um ano, serão 193, 274 e 209 quilômetros de rodovia a serem duplicados.

De acordo com a CCR Vias, o investimento total da empresa no período de concessão será de R$ 5,5 bilhões. Por conta das restrições impostas pelo governo até o licenciamento, por enquanto os trechos duplicados não podem ter mais que 25 quilômetros, nem pontes podem ser construídas, entre outras exigências.

A rodovia será inteiramente duplicada. Na maior parte do trecho, serão quatro pistas e acostamento, divididos por um canteiro de 9,5 metros, reduzido a 1,8 metro em algumas localidades – perímetros urbanos, por exemplo.

NOVA ROTA

“Três Lagoas e a região, já considerada rota do tráfico, do contrabando, que segue para centros consumidores em outros Estados, terá que conviver, após os pedágios na 163, com grande volume de veículos circulando e pelas rodovias que servem o Leste do Estado e o Bolsão, como o caso da 158 [BR] que dá acesso a Cassilândia, Selvíria e outras cidades”. A observação do inspetor Mariano faz sentido, quando se analisa o mapa rodoviário que os motoristas, especialmente de caminhões, terão para desviar o caminho para evitar os pedágios na BR-163.

O maior fluxo de veículos, especialmente os pesados, nas rodovias importará na provável deterioração mais rápida das vias, preparadas para determinado volume de tráfego. “É o que já vem acontecendo em muitas rodovias da região, por onde o trânsito de caminhões pesados vem destruindo o leito das vias”, observou Mariano.

Uma das rodovias que vem sofrendo a deterioração com o grande fluxo de tráfego é a MS-395, que serve Três Lagoas a Brasilândia. Nesse trecho, que tem recebido um volume considerável de veículos pesados, carregados com toras de eucalipto, está afundando a rodovia.

Tal situação é também acompanhada pelo escritório local da Agesul (Agência de Gestão e Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), que informou saber do que vem ocorrendo na MS-395, mas não sabe informar ainda se existe algum projeto de recuperação da via.

Mapa rodoviário de MS; no detalhe, inspetor Mariano, ao lado do colega Gratão, explica a situação das rodovias federais no estado e as opções de trajetos (Foto: Léo Lima)

Trecho da BR-163 que passa pela Capital, rodovia que poderá ter nove pedágios a partir do ano que vem (Foto: Google)

Por conta da concessão, a BR-163 vai ter constante manutenção, segundo o contrato ( Foto: Google)

Por causa dos pedágios na 163, a BR-158 poderá receber o fluxo do tráfego oriundo da região norte do Estado (Foto: Google)

Mapa rodoviário de MS com as opções de

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