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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Apicultura migratória se destaca no Estado do Mato Grosso do Sul

20/09/2011 10h25 – Atualizado em 20/09/2011 10h25

Segunda safra de mel é possível devido à produção de eucalipto em Três Lagoas

Essa junção possibilitou uma melhor renda para os apicultores que possuem apiários na cidade

Rafael Furlan

Três Lagoas assumiu uma posição no Estado de Mato Grosso do Sul como sendo a cidade do papel e celulose, onde o eucalipto predomina, movimentando a economia local, com a contratação de mais pessoas nas empresas, valor agregado ao mercado, onde compras são realizadas, além do setor de imóveis. Porém, uma técnica vem sendo aplicada, junto a esses eucaliptos beneficiando apicultores e uma nova cultura está sendo desenvolvida e colocada em práticas pelos apicultores.

APICULTURA

A apicultura é uma técnica de criação de abelhas. Uma novidade é que por meio das plantações de eucaliptos, criam-se vários apiários no cerrado Sul Mato-grossense e possibilita uma segunda safra.

Nossa equipe de jornalismo foi conferir em um apiário no município como é feito esse trabalho e quais os resultados que estão sendo obtidos por meio dessa técnica. De acordo com o apicultor e zootecnista, Eugênio Kruger, é um novo mercado que está surgindo. “Nossa região é considerada uma das mais ricas em produção de mel. Temos um cerrado de primeira qualidade, apesar de estarmos próximos a grandes centros. Nós temos reservas em propriedades que são intocáveis, tudo isso é muito favorável nessa área”.

APICULTURA MIGRATÓRIA

Questionado sobre como é feito este trabalho, integrando o eucalipto com as colméias para a produção de mel, Kruger explica que “é um novo mercado que está surgindo no Estado. Três Lagoas tem um diferencial, pois com a instalação das indústrias de papel e celulose, veio o plantio de eucalipto que ajudou na produção de mel e facilitou muito para nós apicultor, pois antes, tínhamos apenas uma safra do mel. O eucalipto dá uma flor quando a flor do cerrado morre. Ai continua o processo de produção. Tanto as flores do cerrado, quanto a dos eucaliptos dessa região, florescem em datas diferentes e com isso conseguimos ter uma apicultura migratória”.

PRODUÇÃO

Na área visitada pela equipe do grupo Perfil de Comunicação, cerca de 140 colméias estavam instaladas no cerrado, próximo aos eucaliptos. A produção gira em torno de 15 mil quilos de mel por ano.

No mês de setembro é colhido o mel do cerrado. Já de janeiro a abril, é hora de colher o mel do eucalipto. Todo esse processo é feito em colméias que comportam uma abelha rainha, responsável pela postura de 2.000 ovos diariamente, 400 operários, responsáveis pela fecundação desses ovos e 80 mil abelhas operárias, na qual desenvolvem a função pesada dentro de uma colméia, buscar água, néctar e pólen.

“Com todo esse processo, junto com a ajuda dos eucaliptos, temos a possibilidade na segunda safra de produzir 100 quilos de mel por ano”, ressalta o apicultor.

PROJETOS

Essa nova cultura está começando a ser explorada na região do Bolsão. O SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, tem feito cursos em vários municípios, incentivando os apicultores a explorarem melhor essa técnica. O SEBRAE é outro parceiro e desenvolve um trabalho de consultoria atendendo os municípios de Cassilândia, Chapadão do Sul, Brasilândia e Três Lagoas. Esses são os municípios mais fortes na área de apicultura na região do Bolsão. Existem também apicultores espalhados no município de Inocência, Água Clara, Bataguassu e Santa Rita do Pardo, que fazem parte da região Costa Leste do Estado.

Três Lagoas se destaca em produção de mel no estado de Mato Grosso do Sul
Foto: Anderson Duarte

O apicultor e zootecnista Eugênio Kruger, destaca que a produção pode chegar a 100 quilos de mel por ano
Foto: Anderson Duarte

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