10/09/2002 22h11 – Atualizado em 10/09/2002 22h11
Folha Online
O dólar reduziu um pouco a alta no fim da tarde com uma intervenção do Banco Central no mercado, já confirmada pela autoridade monetária, em um momento em que poucos investidores ainda operavam.
Mesmo assim, a moeda encerra o dia 1,12% mais cara do que ontem, a R$ 3,137 para venda e R$ 3,134 para compra, após registrar uma máxima de R$ 3,16, enquanto o risco-país brasileiro subiu 2,2% para 1.709 pontos.
Sem notícias do dia e nada no cenário econômico doméstico, dois fatores alimentaram o avanço da moeda norte-americana no mercado cambial brasileiro: a última rodada de pesquisas eleitorais, divulgada ontem, e a expectativa pelo primeiro aniversário dos ataques terroristas contra os EUA, amanhã.
Os EUA decretaram hoje alerta “laranja” – um nível abaixo do alerta máximo, o “vermelho” – sob a justificativa de que o risco de atentados contra alvos norte-americanos no 11 de setembro são muito altos. Além disso, as tensões entre os EUA e o Iraque aumentam a cada dia, e o temor de uma guerra no Golfo Pérsico alimenta a alta do petróleo e ameaça empurrar a economia global para uma nova recessão.
Na quinta-feira, o presidente norte-americano George W. Bush fará um discurso à ONU (Organização das Nações Unidas) no qual deve pedir mais uma vez apoio a uma ação militar no Iraque, onde o presidente Saddam Hussein estaria desenvolvendo armas de destruição em massa, segundo acusações dos EUA.
Na corrida presidencial, o mercado se viu obrigado hoje a avaliar a possibilidade de que o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, vença já no primeiro turno.
O mercado apostava suas fichas no segundo turno eleitoral, quando Lula, líder isolado das pesquisas desde o início da corrida eleitoral, disputaria a sucessão de Fernando Henrique Cardoso com José Serra (PSDB) ou Ciro Gomes (PPS), que têm se revezado na segunda posição.
Embora Serra, preferido pelo mercado por defender a atual política econômica, também tenha subido nas pesquisas e Ciro – tido como o mais “temido” – tenha caído, cresce a cada rodada de levantamentos as chances de Lula, que agora tem 40% das preferências segundo o Datafolha, conquistar a faixa já na primeira etapa a votação.