25/09/2002 13h31 – Atualizado em 25/09/2002 13h31
Como Fernandinho Beira-Mar conseguiu as armas que usou para executar os inimigos? A pergunta ficou depois da rebelião comandada pelo bandido em presídio de segurança máxima no Rio de Janeiro.
A resposta pode estar com um agente penitenciário preso ontem à noite. O homem, acusado de entregar as armas para os traficantes, foi transferido para uma carceragem da Polícia Civil.
O agente penitenciário Marcus Vinícius Tavares Gavião, o Playboy, foi transferido para o presídio especial do Ponto Zero, no subúrbio. O agente penitenciário é acusado de entregar três pistolas e as chaves das celas para o grupo dos traficantes Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, que lideraram o motim em Bangu 1 há 12 dias. Ele teria sido apontado por 25 funcionários do Desipe como o guarda que facilitou a ação dos presos. No dia da rebelião Marcus Vinícius não foi trabalhar. Ele alegou ter sofrido um acidente de carro.
Marcus Vinícius Tavares Gavião teria recebido R$ 400 mil para possibilitar a entrada das armas no presídio, segundo depoimento de agentes do Desipe. Tanto a juíza como a promotora, responsáveis pelo inquérito sobre as atividades de Fernandinho Beira-Mar, teriam sido ameaçadas de morte. Segundo o Tribunal de Justiça, elas estão recebendo proteção policial desde quando começaram as investigações.
Os presos acusados de participar da rebelião em Bangu 1 continuam no Batalhão de Choque.
De acordo com a polícia, o agente penitenciário Marcus Vinícius teria recebido inicialmente uma proposta do traficante Uê, que pagaria R$ 200 mil pela entrada das armas. Mas Fernandinho Beira-Mar soube das negociações e dobrou a oferta. Uê morreu no motim. A polícia já pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário e telefônico do agente penitenciário preso. Ele nega todas as acusações.
Fonte: Jornal Hoje/Rede Globo