26/09/2002 14h15 – Atualizado em 26/09/2002 14h15
Uma história que causa indignação. Em Belo Horizonte, um adolescente de 15 anos não pôde fazer um transplante de córneas porque os órgãos doados foram parar no lixo. Há mais de dois anos ele está na fila de espera para a cirurgia.
Jonathan, de 15 anos, tem problemas neurológicos. Ele não fala e não anda. Há cinco anos ficou cego. Era para ele ter feito o transplante de córneas ontem às 10hs.
Quando Jonathan já estava no centro cirúrgico veio a notícia de que as córneas tinham sumido. Elas estavam guardadas em uma geladeira que fica na sala de repouso dos plantonistas do hospital onde não há controle de quem sai ou entra.
“Não costumamos ficar aqui sempre, não. Nós usamos e saímos” – contou a oftalmologista Andressa Ávila.
Oito horas depois do desaparecimento uma funcionária da limpeza encontrou as córneas. Elas estavam no depósito de lixo hospitalar dentro de um frasco.
A polícia está investigando o caso e já adiantou que se for comprovado que as córneas foram para o lixo por um descuido de algum funcionário não há crime, mas negligência que deverá ser apurada em uma sindicância interna.
“Não sei como explicar e acredito que não teremos uma explicação convincente disso” – disse o diretor da Clínica de Olhos da Santa Casa, João Agostini Neto.
A direção do hospital garantiu que o transplante de Jonathan será feito até o final do ano.
“Eu não queria estar chorando em frente às câmeras pelo que aconteceu. Eu gostaria de chorar de alegria e dizer ao meu filho que ele iria poder enxergar novamente” – desabafou o pai de Jonathan João Alves Viana.
Fonte: Rede Globo/Jornal Hoje