26/09/2002 16h23 – Atualizado em 26/09/2002 16h23
Um microônibus da linha Menino Deus, prefixo 225, foi seqüestrado hoje em Porto Alegre. O veículo ficou parado no Morro Santa Tereza, próximo ao mirante Ruy Ramos até as 15h13, quando aconteceu a rendição. O homem, identificado como Jairo Gouveia dos Santos, de 31 anos, permaneceu sozinho no interior do microônibus. Ao término da ação, a polícia informou que ele não estava armado.
Logo quando o veículo foi tomado, Jairo mandou o motorista Adão deixar o microônibus. O comandante Rodolfo Pacheco, responsável pela negociação, informou que a rendição aconteceu depois da chegada do irmão de Jairo. No início ele disse à polícia que tinha um parente PM e queria a presença dele. No entanto, a possibilidade foi descartada depois que o PM identificado negou conhecer o homem.
O seqüestrador informou, em entrevista por telefone a rádios locais, que é artesão e trabalha em casa. A profissão anterior dele era vidraceiro, mas disse que está desempregado há muito tempo. Tenso, Jairo criticou o governo federal e os bancos. “Falta ajuda. A gente corre atrás de tudo quanto é órgão e lugar, ninguém ajuda. O Sebrae não funciona, banco nenhum ajuda. Que que a gente faz? Queria que roubasse? Como vou sustentar minha família?”, declarou.
Jairo disse que é casado e tem uma filha. “Não sou bandido, sou cidadão”. Em seguida, continuou a fazer críticas: “Governo, Lalau, Jorgina, tudo junto roubando. E o governo não tem dinheiro, não ajuda? Eles prendem trabalhador e deixam os grandões soltos. Estou deseperado há tempos”, confidenciou.
Em entrevista à rádio Guaíba, Jairo disse que por volta das 12 horas entrou o microônibus, mas que não tinha planejado nada. “Aconteceu na hora e eu tomei a lotação (…) certamente eu vou para cadeia, porque é o pobre que vai para a cadeia. Eu não quero fazer mal para ninguém”.
Fonte: Redação Terra