01/10/2002 16h16 – Atualizado em 01/10/2002 16h16
Dados científicos comprovados que, em milhões de anos, a rotação da Terra irá demorar 1.200 horas, em vez das 24 horas de hoje.
Isso ocorreria pela uma perda da velocidade do movimento. “Ela é muito lenta, atualmente situada nos 0,002 segundos por século”, explicou o vice-diretor do Observatório Astronômico de Lisboa, Rui Agostinho.
Segundo o astrônomo, estudos científicos já comprovaram que, há milhões de anos, a rotação da Terra era de 400 voltas em um ano, em vez das 365 que se verificam atualmente.
“Recorrendo a registros paleontológicos, como fósseis de corais com mais de 100 milhões de anos, foi possível constatar que a rotação do planeta está diminuindo. De 400 dias por ano, já temos só 365,25”, explicou.
Segundo ele, a mudança ocorreria por causa da influência de outros corpos, como o Sol, a Lua, e os outros planetas do Sistema Solar, na dinâmica da Terra.
Como exemplo, ele cita a força de atração entre Lua e Terra. “Devido ao movimento das marés, causado pela Lua, a Terra está sujeita a um binário de forças contrárias ao seu movimento de rotação”, disse.
Além disso, o movimento das águas sobre o fundo dos oceanos e das plataformas continentais gera calor, devido ao atrito, que é irradiado, o que representa uma perda de energia do próprio planeta. “Essa perda de energia é de 0,002 segundos por século”, disse.
Esse conhecimento não é novo. Ele já foi objeto de estudo do filósofo Kant, no século 18.
“A catalogação de estrelas é feita com precisão pelos astrônomos há muito tempo. Trata-se de medir a hora a que determinado astro passa nos meridianos dos vários observatórios de forma periódica”, afirmou Agostinho, que desenvolve trabalhos nesta área.
Fonte: Agência Lusa