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quinta-feira, 8 de maio de 2025

Dólar fecha em queda de 4% e mercado dá sinais de que se acalmou

01/10/2002 16h07 – Atualizado em 01/10/2002 16h07

O dólar fechou em baixa pelo segundo dia consecutivo, influenciado pela ação maciça do Banco Central dentro e fora do país e também por uma melhora das expectativas em relação à transição presidencial.

A moeda norte-americana recuou hoje 3,98% e encerrou a R$ 3,61 para venda e R$ 3,60 para compra, retornando ao nível em que operava na segunda-feira da semana passada. Em dois dias, a moeda caiu 7% em relação a seu fechamento recorde, R$ 3,88, registrado na sexta-feira.

Enquanto isso, o risco-país brasileiro cai 5,9% para 2.225 pontos, e o C-Bond, principal título brasileiro da dívida negociado no exterior, sobe 3,55% para 51% do valor de face.

Pesquisa

Tudo isso aconteceu no dia em que circularam pelo mercado rumores sobre novo avanço do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo esses rumores, Lula seria o único candidato a oscilar positivamente na nova pesquisa do Ibope, que será divulgada na noite de hoje pela Rede Globo, enquanto os demais estariam estáveis.

O comportamento do mercado diante dessa notícia é no mínimo inusitado, já que em outras ocasiões, rumores semelhantes ajudaram o dólar a subir.

Segundo operadores, as recorrentes declarações de apoio a Lula nos últimos dias por parte de empresários e banqueiros e elogios por parte do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao petista levaram o mercado a projetar a transição governamental com menos catastrofismo, mesmo que Lula vença as eleições no primeiro turno.

Com isso, e também com a percepção sobre o atual nível do dólar, considerado exagerado e não condizente com os fundamentos econômicos do país, alguns investidores resolveram hoje vender dólares e diminuir a exposição ao câmbio temendo que a moeda caia.

Instituições que compraram dólares em 31 de agosto e venderam ontem embolsaram um lucro de 25%.

Ajuda do BC

Segundo operadores, o Banco Central teria vendido dólares junto às mesas de câmbio pela manhã, no momento em que o dólar subia 1,06%. A autoridade monetária só confirma suas intervenções no fim da tarde.

Além disso, o BC também estaria comprando desde ontem C-Bonds no exterior, melhorando a cotação do papel e afetando positivamente o risco-país, que opera sobre o mercado de dívida. O Banco Central não confirma nem desmente a atuação, que segundo operadores do mercado de título, foi bastante expressiva.

Fonte: Folha Online

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