01/10/2002 11h16 – Atualizado em 01/10/2002 11h16
A França enviou mais soldados para sua ex-colônia da Costa do Marfim, onde mediadores africanos realizaram uma primeira rodada de negociações para tentar colocar fim a uma rebelião iniciada 13 dias atrás.
Em um comunicado, o Exército francês disse que 70 homens da 11ª Brigada de Pára-Quedistas chegaria a Abidjan (capital econômica do país) na noite de hoje.
Somando-se a outros 700 militares franceses já estacionados nesse país, que é o maior produtor de cacau do mundo, a missão deles será montar um quartel-general, preparar a área para a chegada de uma força de paz africana e estabelecer contatos com o Exército da Costa do Marfim.
Rebeldes pouco conhecidos controlam grandes áreas das regiões central e norte da ex-colônia francesa desde uma tentativa fracassada de golpe, no dia 19 de setembro.
Um porta-voz dos militares franceses afirmou que os novos reforços não significavam uma intenção da França de participar do conflito ao lado das forças do presidente Laurent Gbagbo.
Não houve informações sobre conflitos durante a noite, o que reafirmou a tendência dos últimos dias de pouca atividade militar.
A liderança, os objetivos e o tamanho do grupo rebelde são desconhecidos. Mas membros desse grupo controlam grandes cidades como Korhogo e Bouake.
Centenas de pessoas morreram nos choques e nas matanças ocorridas em várias partes do país, cuja população de 16 milhões de habitantes enfrenta uma fratura étnica cada vez mais profunda.
O governo da Costa do Marfim suspeita que os dirigentes de Burkina Faso, um país vizinho, tenham ajudado os rebeldes, acusações essas negadas por esses dirigentes e por observadores internacionais.
Fonte: Folha Online