01/10/2002 12h59 – Atualizado em 01/10/2002 12h59
Autoridades palestinas descreveram como um insulto um novo projeto de lei norte-americano exigindo que o governo norte-americano identifique Jerusalém como a capital de Israel em documentos oficiais.
Os palestinos querem estabelecer a capital de seu futuro Estado no leste de Jerusalém, capturado por Israel na guerra de 1967 e anexado em uma ação não reconhecida internacionalmente.
“Numa época como esta, tal declaração é realmente um insulto ao mundo árabe e muçulmano e algo que deveria ter sido evitado a qualquer custo”, disse o ministro do gabinete palestino, Nabil Shaath, hoje em Ramallah, na Cisjordânia.
O projeto de lei, que foi aprovado na semana passada e que recebeu a assinatura do presidente norte-americano, George W. Bush, ontem, contém uma cláusula exigindo que todo documento do governo dos EUA que liste países e suas capitais identifiquem Jerusalém como a capital de Israel.
“Este é um ato contra a paz, um ato de provocação”, disse Shaath sobre a lei. “É contra o compromisso dos Estados Unidos, contrário à lei internacional, contrário aos acordos assinados pelos Estados Unidos. Isto é na verdade totalmente inútil e obstrui qualquer movimento em direção ao processo de paz”.
Israel insiste que Jerusalém -sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos- é sua capital eterna e indivisível, mas vinha discutindo entregar partes do leste de Jerusalém ao controle palestino nas negociações de paz que foram suspensas em 2000.
O futuro da cidade era um dos maiores empecilhos para as negociações antes do início do levante palestino contra a ocupação israelense.
Fonte: Folha Online