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sexta-feira, 9 de maio de 2025

Arafat continuará a ser líder até a criação do Estado palestino

02/10/2002 10h26 – Atualizado em 02/10/2002 10h26

O líder palestino Iasser Arafat continuará à frente da presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP) até que seja criado um Estado palestino independente, decidiu hoje o comite central do Fatah [grupo político de Iasser Arafat].

A ministra palestina dos Assuntos Sociais, Intisar al Uazir, comunicou à imprensa essa decisão, bem como a de não nomear um primeiro-ministro, para trabalhar ao lado de Arafat, exigência apresentada pelos opositores do líder palestino no Parlamento.

Este foi um revés para o secretário do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Mahmud Abas (Abu Mazen), considerado “adjunto” de Arafat, e que pretendia, com o apoio de vários deputados, ser nomeado “primeiro-ministro”.

Jovens palestinos queimam as bandeiras dos EUA e de Israel em protesto contra o presidente norte-americano, George W. Bush, durante passeata na faixa de Gaza

Também Israel e os Estados Unidos, que rejeitam Arafat como interlocutor para a paz, apoiavam a nomeação de um chefe de governo, o que transformaria Arafat num “presidente honorário”.

Hoje, durante passeata na faixa de Gaza, um grupo de palestinos queimou as bandeiras dos EUA e de Israel para protestar contra o presidente norte-americano, George W. Bush, depois de ele ter sinalizado na segunda-feira (30) que apoiaria a decisão de transformar Jerusalém na capital de Israel. Ontem, o governo dos EUA afirmou que vai ignorar a lei aprovada pelo Congresso, e assinada na segunda-feira por Bush, encorajando o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, alegando que ela não é obrigatória.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado Richard Boucher, o consulado americano em Jerusalém continuará vinculado diretamente a Washington, e não ao embaixador dos EUA em Israel.

A lei, elaborada pelo Congresso, foi assinada por Bush porque incluía a liberação de uma importante verba para o Departamento de Estado gastar com política externa. O tema Jerusalém é apenas um dos vários itens, mas não podia ser desmembrado do restante.

Ao falar sobre Jerusalém, o texto da legislação afirma que em todos os documentos do governo americano deve constar que a cidade é a capital de Israelm, mas incentiva a transferência da Embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém.

Novo cerco

Ontem, atiradores israelenses foram posicionados nos arredores do quartel-general de Arafat em Ramallah (Cisjordânia). O novo cerco se difere do anterior, que se encerrou no domingo e durou dez dias, pois os israelenses não entraram com tanques dentro do QG.

O objetivo do premiê israelense, Ariel Sharon, é reverter as críticas que recebeu pelo fracasso do cerco anterior, que não enfraqueceu Arafat nem serviu para prender 50 supostos militantes terroristas.

Fonte: Folha Online/Reuters

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