03/10/2002 10h45 – Atualizado em 03/10/2002 10h45
Uma balsa que naufragou matando 970 pessoas no Senegal foi carregada de forma incorreta e navegava com um número excessivo de pessoas no convés, o que a deixou vulnerável a uma tempestade, afirmou uma investigação oficial sobre o acidente.
Enfrentando fortes ventos e chuva pesada, a balsa Joola naufragou na semana passada na costa da Gâmbia, em um dos piores acidentes marítimos da África. Equipes de resgates salvaram apenas 64 pessoas de um total de 1.034 a bordo da embarcação.
O Ministério de Defesa do Senegal, responsável pela operação da balsa, e o Ministério dos Transportes divulgaram relatórios preliminares sobre o acidente na noite de ontem. No dia seguinte, os ministros das duas pastas renunciaram a seus cargos.
“O fato de haver apenas uma pequena carga no casco e cerca de 500 pessoas no convés superior elevou o centro de gravidade da balsa, diminuindo a estabilidade da embarcação e sua capacidade de enfrentar o mau tempo”, afirmou o Ministério de Defesa. “Com uma chuva forte e rajadas de vento, o movimento rápido de pessoas no convés agravou a instabilidade.”
O relatório não se referiu a uma eventual superlotação do Joola, construído para carregar 550 pessoas.
Imagens de câmeras amadoras mostraram a balsa navegando pesadamente ao partir de Ziguinchor, região de Casamance (sul), rumo a Dacar (capital). Canoas ainda levaram alguns passageiros até a balsa, depois de ela ter partido.
Vários estrangeiros morreram no acidente, entre os quais dez franceses, cinco espanhóis, dois holandeses, dois belgas, dois suíços e 20 pessoas vindas da Guiné-Bissau.
Fonte: Reuters