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Três Lagoas
domingo, 11 de maio de 2025

Investigação Civil com dificuldades

04/11/2002 22h53 – Atualizado em 04/11/2002 22h53

Superlotação das celas e falta de efetivo são reclamações constantes

A Polícia Civil de Três Lagoas registra cerca de 200 ocorrências por mês. Deste total, 20% têm de passar pelo setor de investigação, que vem sofrendo algumas dificuldades.

Uma das reclamações constantes dos policiais é quanto à custódia de presos. “Hoje nós temos de segurar parte do efetivo para fazer a segurança dos detentos em nossas celas, sendo que ele poderia estar atuando na investigação”, diz o delegado regional Luiz Ricardo de Lara Dias.

A falta de vagas no Estabelecimento Penal de Três Lagoas (EPTL) se torna um grande problema, pois não há efetivo suficiente para fazer o trabalho de investigação.

Uma das medidas tomadas pelo delegado regional foi reservar três policiais do 1º Distrito Policial (1ºDP, Jardim Morumby) especificamente para cuidarem da apuração dos fatos.

“Assim, em vez de ficarem atendendo telefone ou fazer qualquer outro serviço dentro do DP, eles vão para a rua buscando solucionar mais casos em menos tempo”, explica Lara.

Para tentar amenizar o problema da falta de efetivo, a delegacia regional requisitou, junto a diretoria em Campo Grande, um outro delegado somente para investigação.

“Com isso o trabalho seria agilizado e desafogaria os outros delegados”, conta.

O último caso de repercussão a ser solucionado pela Polícia Civil foi do roubo de um malote do supermercado Passareli. O crime aconteceu em 22 de outubro e os assaltantes foram presos nove dias depois (veja quadro ao lado/abaixo).

BOLETIM DE OCORRÊNCIA

O trabalho de investigação começa com o boletim de ocorrência (BO). Ele dará todas as informações preliminares sobre o caso. O setor de investigação fará primeiro uma busca dentro do banco de dados sobre as pessoas que se encaixam em determinados crimes.

“No caso de roubo, por exemplo, checamos todos os receptadores em potencial”, explica Lara.

Após a checagem dá-se início às investigações em campo, que algumas vezes mostram resultados que eram impensáveis pelos policiais.

Um caso conhecido pela mídia e que resultou em uma elucidação não previsível é o da morte do ex-prefeito Miguel Tabox.

“Nesses casos o caminhar as investigações nos levou a prisão de uma pessoa, que até então era tida como vítima”, explica o delegado regional. O assassinato do ex-prefeito culminou a prisão de sua mulher, como acusada de ter mandado matá-lo.

Assalto é desvendado em nove dias

O roubo do malote do supermercado Passareli, em Três Lagoas, foi solucionado pelos policiais em nove dias. Foram presos na última quinta-feira (31) Paulo Rafael Santos Jesus, de 19 anos, e Emanuel Carlos Gulardi, o “Cachorrão”, de 32 anos. Os dois roubaram de moto um malote contendo R$ 8.150 em dinheiro e R$ 14.053,88 em cheques, de dois funcionários do supermercado que iam fazer um depósito no banco.

O assalto foi às 14h30 de uma terça-feira no cruzamento entre a rua Alfredo Justino e avenida Antônio Trajano. Os rapazes foram abordados pelos dois elementos que sacaram um revólver calibre 38. Os funcionários do supermercado ainda tiveram tempo de anotar a placa da motocicleta.

Pela investigação, a polícia chegou a mais dois nomes: Selma Bueno Teixeira, 35, e Davi Gomes Oliveira, 23.

Os policiais descobriram que a moto utilizada para o assalto pertencia a Selma, que é namorada de Paulo Jesus.

A partir daí o crime foi sendo desvendado. Oliveira era repositor do supermercado e havia comentado com Jesus e Gulardi que seria fácil roubar o malote da empresa e explicou todo o trajeto dos funcionários.

Os dois rapazes se encarregaram de roubar o malote, queimando os cheques e dividindo o dinheiro em três. Eles foram presos enquanto Selma e Oliveira foram indiciados.

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