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sábado, 10 de maio de 2025

Organizações pedem ajuda urgente contra meningite na África

05/11/2002 14h03 – Atualizado em 05/11/2002 14h03

05/11

Agência EFE

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICR) e Médicos sem Fronteiras (MSF) pediram uma ajuda urgente de 10 milhões de euros para poder combater um surto de meningite que pode afetar os países da África subsaariana nas próximas semanas.

O pedido será feito durante uma reunião que acontecerá na quinta-feira em Genebra entre os especialistas dessas organizações e representantes de vários países doadores.

Especialistas de várias organizações disseram que atualmente foram feitas negociações com duas empresas farmacêuticas para a redução dos preços da vacina contra a bactéria da meningite meningocócica W-135, que, segundo a OMS, contaminou cerca de 12.000 pessoas em Burkina Faso, provocando a morte de 1.600 delas.

Para um dos especialistas em meningite da MSF, Bernard Pecoul, o “risco de extensão” da bactéria W-135 de Burkina Faso para outras regiões da África é a principal preocupação por esta nova epidemia.

A OMS afirma que os surtos de meningite surgem anualmente na região da África subsaariana, e que a cada seis a oito anos é registrada uma forte epidemia.

Nesse sentido, a OMS lembra que a última grande epidemia aconteceu em 1996, com 200.000 casos e 20.000 mortes, uma das mais graves da história.

Os cientistas temem uma grande epidemia de W-135 na área da África conhecida como a “faixa da meningite” na região subsaariana, que vai desde o Senegal, no oeste, até a Somália, no leste.

Nessa zona, cerca de 25.000 pessoas morrem a cada ano por causa dos diferentes surtos de meningite e este número pode atingir proporções ainda maiores se o atual surto de meningite se propagar neste e no próximo ano.

A população desta “faixa da meningite” inclui 18 países e abrange 200 milhões de pessoas, sendo que entre 10 e 50 milhões correm risco de ser contaminados em função da amplitude desta epidemia que atinge pessoas entre 2 e 30 anos.

As atuais vacinas, preparadas para os casos de meningite do tipo A e C, já se mostraram ineficazes para combater um eventual surto do tipo W-135.

A última epidemia deste tipo de meningite afetou mais de 12.000 pessoas em Burkina Faso, e os especialistas acham que é necessário desenvolver uma vacina acessível que cubra todos os tipos de meningite que possam surgir na África.

Neste momento já existe uma vacina, a “tetravalente”, que protege contra a W-135, mas custa muito caro para os países africanos.

Segundo os especialistas da OMS que negociam com os laboratórios britânico Glaxo Smithkline e franco-alemão Aventis-Pasteur, o preço das vacinas deveriam ser de um, e não dez dólares, atual da vacina nos países industrializados.

A meningite, uma doença muito contagiosa, provoca a inflamação das membranas do cérebro, o que causa fortes dores de cabeça, febre, náuseas e vômitos.

As vítimas podem morrer em poucas horas, ou ficar com seqüelas, como danos cerebrais, perda de audição, paralisia e convulsões.

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