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Três Lagoas
sábado, 10 de maio de 2025

Gambá pode estar transmitindo leishmaniose

07/11/2002 20h54 – Atualizado em 07/11/2002 20h54

Pesquisa, que depende de autorização do Ibama, será realizada no município

O setor de saúde de Três Lagoas suspeita de que animais silvestres, como gambá e raposa, estejam servindo como reservatório para a leishmaniose. Um pedido foi encaminhado ao Ibama para que autorize a captura desses animais para pesquisa.

A suspeita partiu pelo fato da grande incidência da doença nos cães e as reclamações constantes de moradores de bairros sobre a presença de gambás nos forros das casas e quintais.

“Acreditamos que alguma coisa esteja interferindo na proliferação da doença”, diz o gerente do núcleo de Vigilância, Prócion Sabú.

Sabú explica que para realizar uma pesquisa com esses animais é preciso uma autorização do Ibama, que pode demorar até 30 dias. “Se eles nos autorizarem, colocaremos armadilhas em pontos estratégicos”.

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) colherá o sangue desses animais e fará os exames. Alguns mais apurados serão levados para Minas Gerais e Rio de Janeiro.

SEM ALARDE

Algumas pesquisas neste sentido foram realizadas no Nordeste. “Lá descobriram que o gambá é um hospedeiro da Doença de Chagas”, afirma o gerente.

Em Campo Grande também é realizado esses estudos, mas em nenhum dos dois foi confirmada a presença da leishmaniose.

A coordenadora do Centro de Controle de Zoonoses, bióloga Geórgia Medeiros, diz que não há motivos para alarde.

“Não podemos confirmar nada nem criar receio”, diz a bióloga que teme que a população comece a matar os animais silvestres com medo da leishmaniose.

“Não se pode tomar nenhuma atitude até que façamos as pesquisas, que podem dar tanto um resultado negativo quanto positivo. Além disso, as pessoas tem de entender que o document.write Chr(39)criminosodocument.write Chr(39) é o mosquito, e não o animal.”

A bióloga conta que, com medo da leishmaniose, os donos sacrificam os animais por qualquer motivo, mesmo se estiverem com uma doença curável,

Para se ter uma idéia, só este ano praticou-se a eutanásia em 3.378 cães que não possuíam leishmaniose e sim outras doenças como algumas feridas e até mesmo sarda.

“Esses problemas têm cura, mas os donos com receio da leishmaniose, preferem se desfazer do animal”, enfatiza Geórgia.

Quanto aos cães positivos, dos 1.309, cerca de 1.120 já foram sacrificados.

Geórgia explica que a incidência da doença teve uma diminuição, assim como nos casos em seres humanos.

“Hoje a positividade dos cães sintomáticos é de 20%, enquanto meses atrás esse número era de 50%.”

A bióloga não se arrisca a dizer se a tendência é de continuar a diminuir os casos: “somente teremos uma resposta agora, com esse tempo de chuva”.

CENSO CANINO

O Censo Canino está possibilitando que os técnicos tenham mais acesso aos animais. Acompanha o Censo uma equipe que faz a coleta de sangue e “de todos os animais examinados, 20 confirmaram a leishmaniose”, diz a bióloga do CCZ.

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