19/11/2002 14h16 – Atualizado em 19/11/2002 14h16
Os pacientes com diabete tipo 1 ganham uma boa notícia e podem se animar com uma nova esperança de cura, graças a um experimento pioneiro no Brasil conduzido no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).
Em oito anos de estudos, uma equipe de dez pesquisadores aprimorou as formas de isolar e purificar ilhotas pancreáticas – estruturas que contêm as células beta responsáveis pela produção da insulina – de doadores cadáver, para repor essa substância ausente em pacientes com diabete do tipo 1.
Animados com os resultados obtidos no exterior em humanos e com ratos de laboratório, os cientistas brasileiros esperam iniciar os implantes em humanos nos próximos meses. “É um processo complicado, de tecnologia sofisticada, e o Brasil agora tem a estrutura ideal para iniciar os testes com humanos em breve,” disse a professora titular colaboradora de bioquímica, Anna Carla Goldberg, envolvida na pesquisa.
A técnica envolve o processamento do pâncreas por meio da digestão com enzimas especiais, a fim de separar as ilhotas, que representam de 1% a 2% do órgão. Depois de isoladas e testadas para a funcionalidade, as ilhotas são implantadas no fígado do paciente por meio da corrente venosa (veias). O implante, segundo Goldberg, não afeta a função hepática e estimula a produção da insulina.
“Seria muito difícil introduzir as ilhotas pelo pâncreas e no fígado conseguimos o mesmo objetivo,” afirmou a pesquisadora. A primeira fase de testes com humanos envolverá 18 pacientes com um tipo mais severo da diabete do tipo 1 e que necessitam de várias injeções de insulina diárias.
Fonte: Jornal de Brasília




