21/11/2002 16h15 – Atualizado em 21/11/2002 16h15
GALVESTON, EUA (CNN) – Uma vacina nova, testada nos Estados Unidos, conseguiu evitar o herpes genital em mais de 70 por cento de mulheres que não haviam sido infectadas anteriormente com o vírus genital ou oral, anunciaram os pesquisadores.
A descoberta, publicada na edição desta quinta-feira do New England Journal of Medicine, também representa uma boa notícia para os bebês. Cerca de 2.500 morrem a cada ano e um número maior está nascendo com problemas mentais porque foram infectados pelas mães.
No relatório, que se seguiu a testes realizados em três fases, os médicos informaram ter vacinado homens e mulheres contra o herpes genital. A vacina funcionou apenas nas mulheres – e nas que jamais haviam sido expostas ao tipo de herpes que atinge a boca.
Até hoje, não existia nenhuma vacina contra o herpes. O medicamento só deverá começar a ser comercializado em cinco anos, mas alguns médicos já acham que a vacina deveria fazer parte da caderneta de vacinação regular das meninas.
“As pessoas vêm há 60 anos tentando, sem sucesso, desenvolver uma vacina contra o herpes”, declarou o autor do artigo, Lawrence Stanberry, diretor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade do Texas, em Galveston.
“Essa é a primeira que se mostra eficiente”, completou.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), em Atlanta, na Geórgia, estima que 45 milhões de norte-americanos – ou 1 em cada 5 – contraíram o herpes genital, infecção que provoca fortes dores no órgão e permanece definitivamente no organismo.
Stanberry observou que a vacinação de crianças e de mulheres ainda não infectadas poderia reduzir expressivamente o alastramento da doença.
“É uma descoberta muito animadora”, disse.
Incentivados pelos resultados, o Instituto Nacional de Saúde e o laboratório GlaxoSmithKline irão contribuir em novos estudos, que deverão começar ainda este mês envolvendo 7.550 mulheres entre 18 e 30 anos.
As lesões causadas pelo herpes genital podem aumentar a vulnerabilidade do organismo a outras doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids.
O artigo no New England Journal of Medicine só não esclareceu por que a vacina é eficiente nas mulheres, mas não nos homens. Os pesquisadores sugerem uma relação com a maneira como o vírus entra no organismo.
As mulheres estão duas vezes mais sujeitas a contrair o herpes do que os homens.
Fonte: CNN





