27/11/2002 13h23 – Atualizado em 27/11/2002 13h23
KEY WEST, Estados Unidos (CNN) – Três anos após o pequeno náufrago Elián Gonzalez ser encontrado à deriva, na costa da Flórida, outro menino cubano, de 13 anos, foi descoberto pela Guarda Costeira, na segunda-feira, escondido dentro de um barco, suscitando questões legais remanescentes do caso anterior.
Depois de ser informada que um barco estava enfrentando problemas devido ao mau tempo perto do litoral de Key West, a Guarda Costeira fez contato com dois homens que estavam a bordo, ambos residentes nos Estados Unidos, e escoltou a embarcação até a praia.
Quando as autoridades entraram no barco, já no cais, viram seis cubanos – cinco adultos e um menino – no porão.
Enquanto os cinco adultos, inclusive o que seria o pai do menino, fugiam do barco e chegavam à terra firme, a criança era capturada no local.
Essa distinção é importante devido à política de “pés molhados/pés secos”, que dá automaticamente status de refugiado a cubanos que conseguem pisar em território norte-americano.
Na dúvida sobre como proceder, as autoridades mantiveram o menino no barco da Guarda Costeira durante a noite.
Na terça-feira, autoridades policiais declaram à CNN que “esferas superiores” haviam decidido levar a criança para terra firme como “testemunha material” em um possível processo de tráfico humano contra os dois homens que comandavam o barco.
O menino está sob a custódia do Serviço de Imigração e Naturalização.
Os dois homens residentes nos EUA e os cinco adultos cubanos foram detidos e entregues à polícia de fronteira.
Mas, sob a política de migração para cubanos, os adultos serão autorizados a permanecer nos Estados Unidos, mesmo que tenham sido contrabandeados para o país.
Os outros dois foram indiciados pela acusação de tráfico humano.
Uma fonte policial disse à CNN que a mãe do menino ainda está em Cuba.
Em 25 de novembro de 1999, Elián González, então com 5 anos, foi encontrado agarrado a uma câmara de ar, perto da costa de Fort Lauderdale.
O menino era o único sobrevivente de um grupo de 13 migrantes cubanos tentando chegar aos Estados Unidos, entre eles sua mãe.
Seu pai, que estava em Cuba, exigiu seu retorno, iniciando uma batalha internacional pela custódia de Elián com parentes do menino que moravam em Miami.
A então secretária de Justiça norte-americana, Janet Reno, decidiu enviar a criança de volta à ilha comunista, provocando a revolta da comunidade de origem cubana em Miami.
Fonte: CNN