28/11/2002 08h37 – Atualizado em 28/11/2002 08h37
O delegado Silvio Moreira, do 25º Distrito Policial (DP) de Fortaleza, vai pedir a prisão preventiva da empregada doméstica Renata Maria Barbosa, sob a acusação de ter espancado o garoto Iuri Pereira de Sousa, de um ano e seis meses, na última terça-feira. A criança foi levada para o Instituto José Frota (IJF), mas morreu antes de dar entrada no hospital, às 20 horas. O corpo foi sepultado ontem em Baturité, interior do Ceará, terra natal dos pais da criança.
Na necrópsia realizada no Instituto Médico Legal (IML), conforme o diretor técnico científico da Secretaria de Segurança Pública e Defesa da Cidadania (SSPDC), Francisco Simão, ficou constatado que houve violência contra a criança, caracterizada por um traumatismo abdominal, o que indicaria a possibilidade de espancamento. O resultado oficial do laudo, no entanto, só deve sair na próxima terça-feira.
Os pais do garoto, Ivan Alves e Kelliane Alves, são divorciados e Iuri vivia com a madrasta, Maria Jenir Guanabara Ragger e o pai, numa casa na avenida dos Expedicionários. Na mesma casa residiam ainda a doméstica Renata Maria Barbosa, seus dois filhos, de dois e dez anos, e um irmão de Iuri, de três anos de idade.
A suspeita de espancamento começou a ser investigada pelo delegado Silvio através de um telefonema anônimo. Com base na necrópsia, ele decidiu ouvir a madrasta de Iuri e a doméstica Renata. Nas declarações prestadas pela empregada, o fato que teria chamado a atenção é que ela admite claramente que por volta das 15 horas começou a notar Iuri passando mal. Apesar disso, Renata não pediu socorro nem avisou aos responsáveis pela criança, que no momento estavam fora de casa. Além disso, a doméstica também não comunicou a situação à vizinha, que seria uma pessoa ligada à família. Somente às 19h20min, horário em que Ivan e Jenir chegaram à residência, foi que o garoto, já com o estado de saúde agravado, foi encaminhado ao IJF, onde chegou sem vida. A doméstica informou também ao delegado que no período posterior à saída da madrasta da casa, ficaram na residência os dois filhos de Renata e o irmão de Iuri. Renata disse, no entanto, que em nenhum momento algum deles chegou a se aproximar de Iuri, o que reforçou a suspeita do delegado. O POVO tentou contato com a doméstica Renata Barbosa, mas a casa permaneceu fechada durante todo o dia de ontem.
Fonte: O Povo




